30/05/2010

CLINT RUIN and LYDIA LUNCH

Clint Ruin &  Lydia Lunch.
Formaram-se em 1987, New York, por [James G. Thirlwell (vocals, conch shell, tin whistle), Lydia Lunch (vocals), Brian Emrich [aka Psilonaut] (bass, e-bow, bass synth), David Ouimet (trombone), Marcus Rojas (tuba, didgeridoo), Oren Bloedow (guitar, electric oud), Kurt Wolf (guitar), Steven Bernstein (trumpet, slide trumpet), Vinnie Signorelli (drums).

1988- Stinkfist, EP
1991- Don't Fear the Reaper, EP

OREN BLOEDOW

Oren Bloedow "Luckiest Boy in the World".
Oren Bloedow é cantor, guitarrista e compositor, fundou os Elysian Fields em 1995, com Jennifer Charles.

O seu pai, Jerry Bloedow,( nasceu em 1928, é dramaturgo, poeta e editor de filme, teatro Hardware Poet's Playhouse, fixou-se na cena avante-garde de Nova York nos anos 1950 e início dos anos 60.

A primeira séria de filiações musicais de Oren foi com Phillip Johnston, Bobby Previte e Wayne Horvitz, trabalhou com ele na banda Bobby Radcliff de blues na década de 1980. Com Radcliff, Oren voltou a Dr. John, Otis Rush e Johnny Copeland,e a Paul Butterfield também pouco antes de morrer. Outra colaboração foi com o underground guitarrista Ron Anderson, depois nos The Molecules, São Francisco.

Em 1985, um amigo de Ron introduziu Oren nos 101 Crustaceans, cujo líder, Ed Pastorini, é o mais antigo amigo de Oren, a associar-se musicalmente, e mais tarde foi membro dos Elysian Fields. Oren consistentemente cita o nome de Ed Pastorini como o seu artista musical favorito.

Oren Bloedow primeiro ganhou notoriedade na cena downtown de Nova York, como baixista de John Lurie Lounge Lizards e como membro de Samm Bennett, The Jazz Passengers, Marc Ribot, Bosho, Gary Lucas, Chunk, e depois nos Elysian Fields. O seu melhor trabalho exibido como instrumentista, foi em Lounge Lizards Live in Berlin Volumes 1 e 2, Bloedow também revelou a sua inclinação para compor a solo. A sua estréia foi com o homónimo disco em 1993. Mais enraizado na tradição pop, Bleed You Cedar, é o primeiro álbum dos Elysian Fields com a co-leader/singer Jennifer Charles.

Lançado em 1996, Bloedow toca guitarra e co-produziu o álbum com o teclista Ed Pastorini. As performes frequentes ao vivo em Nova York, Bloedow toca guitarra em estúdio e no palco para artistas como os Dog's Eye View, Brenda Kahn e Chocolate Genius.1998 Bloedow realiza o segundo album a solo The Luckiest Boy in the World, com o popular jazzy groove trio Medeski, Martin and Wood a servir como banda de apoio.

Convidados como Ron Sunshine na harmonica e o virtuoso da slide guitar, Dave Tronzo, fazem de "Luckiest Boy in the World" um dos melhores álbuns avant pop a sair da cena downtown de Nova Iorque. O projecto "sefardita Diáspora ", Mar Enfortuna, também conta com Jennifer Charles, segui-se três anos depois.

A partir da década de noventa até ao presente, continua a andar em tourné, gravar e / ou tocar com Chocolate Genius, Lizz Wright, Meshell Ndegeocello, Martha Wainwright, e Yerba Buena, quer no baixo ou na guitarra. Além do seu trabalho a solo e trabalhar com os Elysian Fields, também continua a sua associação a longo prazo com Ed Pastorini e 101 Crustaceans.

Destaques na carreira de Oren incluem ser nomeado como Artista do Ano por Greil Marcus, em 2004, Diretor Musical do tributo a Randy Newman na UCLA's Royce Hall for impressario Hal Willner, tocar com Lou Reed, Emmylou Harris, Steve Earle, e uma vez com Bruce Springsteen no Carnegie Hall.

KING CRIMSON SONGBOOK

CRIMSON JAZZ TRIO - KING CRIMSON SONGBOOK, 2007.

Tin Landers (baixo), Jody Nardone (piano) e Ian Walace (bateria) dissecam o repertório de uma das melhores de sempre de jazz, rock, progressivo...

27/05/2010

NO SECRETS IN THE FAMILY

No Secrets in the Family " In a Certain Light We All Appear Green " 1987
Uma estranha mistura de jazz e rock cabaret clownesque da Suíça.

DEREK BAILEY+ JOHN BUTCHER + OREN MARSHALL

Derek Bailey, John Butcher & Oren MarshalL " Trio Playing " (1997)

BEST OF RALPH

Best of Ralph - Artist Various Artists, 1982

The Residents - Festival of Death
Yello - Blue Green
Renaldo & The Loaf - Bali Whine
Renaldo & The Loaf - Spratts Medium
The Residents - Swastikas on Parade [Excerpt]
The Residents - Beyond the Valley of a Day in the Life
Tuxedomoon - Tritone (Musica Diablo)
Fred Frith - Norrgarden Nyvla

24/05/2010

JOHN ZORN + FRED FRITH

Fred Frith & John Zorn " Late Works " 2010

Fred Frith: Electric Guitar
John Zorn: Alto Sax

O duo de amigos de longa data o saxofonista John Zorn e o guitarrista Fred Frith continuam com essas obras " Late Works", de improvisações numa linguagem única de amplitude e imaginação, com uma relação de trabalho frutífera desde que se conheceram em 1978.

Fred Frith and John Zorn

Fred Frith & John Zorn " The Art of Memory " 1994. Uma das minhas primeiras experiencias com a musica destes dois "mestres" do Art Rock, Jazz, Experimental, Free Improvisation.

23/05/2010

LOW + THE DIRTY THREE

Low + The Dirty Three
In the Fishtank #7 (2001)

1. I Hear...Goodnight
2. Down By the River
3. Invitation Day
4. When I Called Upon Your Seed
5. Cody
6. Lordy

Where the Pyramid Meets the Eye: A Tribute to Roky Erickson

'Where the Pyramid Meets the Eye' .O melhor álbum de tributo de todos os tempos.A maioria dos álbuns de tributo é terrível, cheia de pneus recauchutados de músicas maçadoras que já se conhecem bem.
A musica de Roky Erickson comemorada por outros, de REM a ZZ Top, e the Jesus and Mary Chain.

Audio samples

* 'You Don't Love Me Yet' performed by Bongwater
* 'I Walked With A Zombie' performed by R.E.M.
* 'You're Gonna Miss Me' performed by Doug Sahm & Sons
* 'Reverberation' performed by ZZ Top

'Where the Pyramid Meets the Eye'

1. 'Reverberation (Doubt),' ZZ Top
2. 'If You Have Ghosts,' John Wesley Harding & The Good Liars
3. 'I Had To Tell You,' Poi Dog Pondering
4. 'She Lives (In A Time Of Her Own),' Judybats
5. 'Slip lnside This House,' Primal Scream
6. 'You Don't Love Me Yet,' Bongwater
7. 'I Have Always Been Here Before,' Julian Cope
8. 'You're Gonna Miss Me,' Doug Sahm & Sons
9. 'It's A Cold Night For Alligators,' Southern Pacific
10. 'Fire Engine,' Richard Lloyd
11. 'Bermuda,' Vibrating Egg
12. 'I Walked With A Zombie,' R.E.M.
13. 'Earthquake,' Butthole Surfers
14. 'Don't Slander Me,' Lou Ann Barton
15. 'Red Temple Prayer (Two Headed Dog),' Sister Double Happiness
16. 'Burn The Flames,' Thin White Rope
17. 'Postures (Leave Your Body Behind),' Chris Thomas
18. 'Nothing In Return,' T Bone Burnett
19. 'Reverberation (Doubt),' The Jesus & Mary Chain

Lançado em 1990, Sire Records, que tanto prefigurava a mania de um álbum tributo e largamente superou isso. Ao contrário de álbuns-tributo a Elvis ou aos Beatles, toda uma geração de fãs de rock tinha crescido não sabendo quase nada sobre Roky Erickson ou a sua música. Estas eram excelentes canções que tinham aparentemente vindo do nada, gravadas pelos populares (ZZ Top, REM), o semi-popular (Julian Cope, Thin White Rope, T-Bone Burnett) e o underground (Bongwater, Sister Double Happiness).

O homem por trás do álbum foi Bill Bentley, um ex-Austinite então a viver em Los Angeles, trabalhando em publicidade para a Warner Bros Records. Nascido em Houston, Bentley cresceu um fã de blues de Houston, tornando-se um fã de Erickson's 13th Floor Elevators, e um escritor para o jornal de música underground the Austin Sun. Ele terminou como publicitário para a gravadora Slash LA em 1983. Slash foi comprada pela Warner Bros, em 86; Bentley move-se através do Departamento de anúncio de publicidade em '88.

"Foi na segunda South by Southwest", diz Bentley, "Eu estava conversando com (produtor)Tary Owens sobre Roky. O último album da década de 1980, não foram uns bons anos para Roky e nós pensamos que um álbum de benefício seria uma boa idéia."

SUICIDE

Martin Rev Alan Vega são considerados pioneiros da música electrónica, num período em que todas as bandas de N. Y. estavam a usar a guitarra, baixo,e bateria, permaneceram um duo e usar uma drum machine e um órgão electrónico.

Rev dos Suicide é considerado um pioneiro quando se trata de música electrónica. Nos anos 70 com Alan Vega misturam art-punk com teclados e baterias electrónicas para criar um som único que estava à frente do seu tempo.

PRIMUS


Primus Miscellaneous Debris, 1992, EP, com cinco covers de:
1."Intruder" - Peter Gabriel 4:18
2."Making Plans For Nigel" - Colin Moulding 3:35
3."Sinister Exaggerator" - The Residents 3:37
4."Tippi-Toes" - The Meters 1:16
5. "Have a Cigar" - Roger Waters 5:29

* Les Claypool - bass guitar, vocals
* Larry "Ler" LaLonde - guitars, synthesizer
* Tim "Herb" Alexander - drums, percussion

Les é um multi-instrumentista, escritor, produtor musical, director, produtor de vinho, e ávido pescador.Claypool projecta auto produz e lança os seu trabalhos a solo a partir do seu próprio estúdio "Rancho Relaxo". O nome do estúdio foi retirado de uma piada num episódio de Os Simpsons.

2006 viu o lançamento da longa-metragem Electric Apricot escrita e dirigida por ele, bem como o romance de estréia South of the Pumphouse. Claypool foi capaz de desenvolver a sua técnica de slap, através da escuta de musicos como Geddy Lee, Stanley Clarke e Larry Graham. Também comprou o seu primeiro baixo Carl Thompson, a sua marca registada de quatro cordas graves.

Claypool nasceu 29 de Setembro de 1963 em Richmond, Califórnia, mas foi criado em El Sobrante, Califórnia, numa família de classe trabalhadora com uma história de trabalho como mecânico de automóveis. Os pais divorciaram-se quando era criança, mas diz que teve uma infância decente, citando que nunca foi abusado ou severamente intimidado.

De 1989 a 2000,os Primus tornaram-se numa das bandas mais bizarras a ganhar airplay significativo mainstream,foram cabeças de cartaz no Lollapalooza 1993, aparecendo no Late Night with David Letterman e Late Night com Conan O'Brien, em 1995, e até fazer uma aparição no festival de Woodstock 94 onde tocaram o seu hit de Pork Soda "My Name Is Mud" e foram atacados com lama (Claypool alega ter lama ainda nas suas colunas).

Além disso, em 1997, foram convidados para tocar e gravar, a música tema do seriado de animação South Park. Claypool e Tom Waits gravam registos desde 1991 e continuaram a fazê-lo.

Em 2000 os Primus entram num hiato por tempo indeterminado.

No final de 2003 Claypool reuniu com o ex-baterista Tim Alexander e o guitarrista Larry Lalonde para gravar um DVD / EP chamado: Animals Should Not Try to Act Like People.

Em 17 de Outubro de 2006, Primus libertam os seus primeiros hits em CD hits: They Can't All Be Zingers e o seu terceiro DVD Blame It on The Fish, com o subtitlo An Abstract Look at the 2003 Primus Tour De Fromage.

Les Claypool deixa a equipa DC snowboard utilizar a música dos Primus "Jerry Was a Race Car Driver" no seu filme de 2007 "DC Mt. Lab 1.5 .

Em 2008 Primus tocaram em alguns festivais, incluindo; Rothbury (em Michigan), The Blues Fest Ottawa, Quebec City Summer Fest, e Outside Lands Festival (em San Francisco).

Influenciados principalmente pelo som experimental de Frank Zappa The Residents, e Rush, nasceu como um trio, e desde o início a liderança do virtuoso baixista Les Claypool- uma anedota, ao fazer um teste para a posição deixada por Cliff Burton, baixista do Metallica que morreu, onde lhe reconheceram o seu grande talento, mas não foi aceite porque o estilo da banda ainda se podia tornar maçador.

Suck On This (89), o primeiro álbum, em 1991, estabelecetam-se permanentemente com Sailing the Seas of Cheese, um álbum completamente bizarro, que inclui Jerry um motorista de automóvel. Então veio Miscellaneous Debris, um EP de covers que foi lançado em 1992, durante o qual abriram os shows dos U2, e Rush, sairam em turnê com os Jane's Addiction e Public Enemy.

THE SHADOWS OF KNIGHT

Shadows of Knight - Back Door Men. A versão LP original do segundo album da lendária banda de Chicago, garage punk/blues, foi um dos mais procurados artefatos de meados dos anos 60 de rock. Back Door Men foi um hino ao feedback-laden, peça e um desafio declarado ao rock & roll, misturan atrevida da luxúria adolescente ("Gospel Zone", "Bad Little Woman"), covers de classicos blues Chicago(Willie Dixon's "Spoonful," Jimmy Reed's "Peepin' and Hidin'"), raga rock ("The Behemoth"), folk-rock ("Hey Joe," "Three for Love," "I'll Make You Sorry"),e o blues-punk,("Tomorrow's Gonna Be Another Day"), a agarrar o comercial Top 40.

THE CRAMPS

The Cramps - Live at CBGB's January 13, 1978
Edição limitada em vinil(LP autografado) dado pelos The Cramps, no CBGB's 20th Anniversary em 10 Dezembro de 1993, intitulado "Frank Furter and the Hot Dogs",11 song set da performance dos The Cramps no CBGB's in New York a 13 Janeiro de 1978.

Urgh! A Music War + The Cramps


Hoje fui ao meu baú de memorias, recordar uma memorável actuação dos The Cramps no Festival de Reading em 1990.

The Cramps, cantando "Teenage Werewolf", que é retirado de Urgh! A Music War" video.

Urgh! A Music War, British film realizado em 1982, com actuações de punk rock, new wave, post-punk, filmado em 1980. Entre os artistas que participam no filme estão os Magazine, The Go-Go's, The Fleshtones, Joan Jett e os Blackhearts, XTC, Devo, The Cramps, Oingo Boingo, Dead Kennedys, Gary Numan, Klaus Nomi, Wall of Voodoo, Pere Ubu, Steel Pulse, Surf Punks, 999, UB40, Echo & the Bunnymen e The Police. Estes foram muitos dos grupos mais populares na cena New Wave, em consonância com o espírito da cena, o filme também apresenta vários actos menos famosos, e um grupo completamente obscuro, Invisible Sex, no que parece ser seu único actuação pública.

Todas as performances são ao vivo, gravado por volta de 1980, principalmente na Inglaterra e nos E.U.A.. Clips também foram de um concerto em Fréjus, Var, França, com The Police, XTC, Skafish e UB40, entre outros.

Para coincidir com o filme, A & M Records lançou uma banda sonora dupla. A selecção das músicas foi quase o mesmo que o filme, mas houve algumas mudanças menores e várias performances aparecem no filme e não no álbum (John Cooper Clarke, Chelsea, Surf Punks, Invisible Sex, Splodgenessabounds).


Também foi lançado nos cinemas por Filmways Pictures, adquiriu um culto seguinte nos Estados Unidos na década de 1980 devido a frequentes shows pelos E.U.A. Network, e exibido no VH1 Classic em 30 de outubro de 2006 como parte da serie Rock and Roll Picture. O filme foi lançado em videocassete, LaserDisc, e em DVD.

V/A - GUITARRORISTS

Ao fazer uma pesquisa em blogs encontrei é esta jóia de 1991 "Guitarrorists" é uma compilação de peças instrumentais de alguns dos melhores guitarristas do punk / underground de vanguarda. Não há muito a dizer sobre esse álbum, o line-up fala por si. Destaquo Sonic Boom, J. Mascis, Helios Creed, Thurston Moore, Paul Leary, Dave Rick, Dean Wareham, Nikki Sudden e Kramer dos Bongwater, Don Fleming dos B.A.L.L., e Gumball e Steve Albini, que espero vê-lo ao vivo, brevemente.
01. Sonic Boom - Overture [Spaceman] (1:54)
02. Kurt Ralske - Tar, Iodine, Blood + Rust [Ultra Vivid Scene] (2:40)
03. Kathy Korniloff - I Really Can't Say [Two Nice Girls] (2:59)
04. Jeffrey Evans - Longwood Mansion [Gibson Brothers] (1:46)
05. Wayne Coyne - I Want to Kill My Brother: The Cymbal Head [Flaming Lips] (3:36)
06. J Mascis - A Little Ethnic Song [Dinosaur Jr.] (2:58)
07. Dean Wareham - West Broadway [Galaxie 500] (2:38)
08. Mark E. Robinson - Guitarrorists Theme [Unrest] (1:44)
09. Marc Gentry - Mariposa [Rein Sanction] (2:43)
10. Dave Rick - Where's Gitchi Oombigat At? [King Missle] (4:01)
11. Kat Bjellend - Bruise Violet [Babes in Toyland] (3:12)
12. Thurston Moore - Blues for Spacegirl [Sonic Youth] (4:51)
13. Helios Creed - Green Volcano [Chrome] (1:37)
14. Tom Hazelmeyer - Guitar Wank-Off #13 [Halo of Flies] (3:16)
15. Paul Leary - Fillipé Mepelpeepe [Butthole Surfers] (3:19)
16. Nick Salomon - Dark Field [Bevis Frond] (3:00)
17. Don Fleming - Sound as Steel [Gumball] (1:08)
18. Kim Gordon - Kitten [Sonic Youth] (1:43)
19. Nikki Sudden - Cats Cradle (3:26)
20. Kramer - Ovulation Always Brings Me Down [Bongwater] (2:23)
21. Neil Haggerty - Fallen off the Rocks [Royal Trux] (4:03)
22. Wayne Rogers - Hoichi the Earless [Crystalized Movements] (3:28)
23. Rick McCollum - Spider Plum [Afgan Whigs] (4:18)
24. Marcy Mays - Always Late [Scrawl] (1:06)
25. Lee Renaldo - Here [Sonic Youth] (5:27)
26. Steve Albini - Nutty About Lemurs [Big Black] (1:43)

M.I.R.V.

De acordo com o maluco website M.I.R.V. a alcunha da banda San Francisco Bay significa:
1) Multiple Independently targeted Re-entry Vehicles
(2) Many Inebriated Rude Vermin
(3) Mutant Industrial Rock Vaudeville
(4) Men in Red Velvet.

Este quarteto da Bay Area é definitivamente estranho e a parentemente impetuoso M.I.R.V. devem ser vistos como incrédulos nos shows ao vivo. Ao executar como cavalo de batalha é descrito como uma briga entre Black Sabbath com Rodney Dangerfield,
Mr. Bungle com Fishbone (sem o ska) e Robin Zander com Cheap Trick. M.I.R.V. gravaram dois albums Feeding Time on Monkey Island,1997 e Cosmodrome, um álbum conceptual, é a história de Roy, que encontra uma guitarra em casa e a pé e segue-o através dos seu altos e baixos na vida.

Aqui, M.I.R.V. Haggard (ex-guitarrista dos Limbomaniacs) explora várias personalidades, incluindo um pai bêbado, dono de um clube, uma sedutora, uma chamada de um chato ao telefone, e um médico esteticista, todos supostamente ligados por este lugar chamado do Cosmódrome, que parece tão maluco como Primus "Seas of Cheese or the Punchbowl".Cosmódrome parece ser um teatro que abriga todos esses personagens e mais, realizando várias acções. A música é altamente auto-indulgente e varia de estilo. É produzido por M.I.R.V. Haggard e Les Claypool.

BRYAN MANTIA

Brian "Brain" Mantia já trabalhou com vários artistas conhecidos (Praxis, Primus, Tom Waits, Buckethead, Godflesh). Mantia, cresceu em Copertino, CA, era fã de de James Brown, Jimi Hendrix, Led Zeppelin e começou a tocar bateria aos 16 anos de idade.A sua obsessão com a paisagem sonora de percussão, fez deste nativo de San Francisco um dos mais procurados produtores/percussionistas do mundo da cultura musical underground.

Pouco tempo depois, Brian ganhou o apelido "Brain" (devido a sua obsessão por um livro chamado "Portraits in Rhythm") na época em que tocava numa banda de escola. Continuou estudando bateria, tendo inclusive estudado no "Instituto de Percussão e Tecnologia" em Hollywood. Na metade dos anos 80 Brain entrou para uma banda de funk-rock “Hip Hop imposters” chamada The Limbomaniacs (lançaram apenas um álbum, chamado Stinky Grooves).

Em 1990 Brain começou uma carreira rica de um músico de estúdio, desenvolvendo e aperfeiçoando a sua evolução de estilo com: Tom Waits, Bill Laswell, Giant Robot, BT, Chris Isaak, Jon Hassell, George Clinton, Gary Shider e Mudbone Cooper of Parliament-Funkadelic,grupos de heavy metal Exodus e Testament). Brain participa em sessões da Disney, Levi’s, Toyota, Acura, Activision, bandas sonoras ( New Line Cinema, filmes Monster e Mortal Combat, film trailers Charlie’s Angels 2 e T3, e em shows da televisão Japonesa Ultra Man, Dragon Ball Z, e Teenage Mutant Ninja Turtles)e no jogos da Sega.

Depois disso, Mantia tocou com uma grande variedade de bandas, incluindo M.I.R.V. (Cosmodrome, Feeding Time on Monkey Island), MCM and the Monster (Collective Emotional Problems), e Tom Waits (Bone Machine, e na tourné 2005, do album 2005 Real Gone (Epitaph). Em seguida ajudou a fundar a banda funk/experimental Praxis, composta por Bootsy Collins (baixo), Bernie Worrel (teclados), Buckethead (guitarra) e Bill Laswell. Lançaram vários álbuns durante a década de 90 (incluindo os excelentes Transmutation (Mutatis Mutandis, Transmutation Live, and Warzsawa). Brain continuou trabalhando com Buckethead mesmo fora do Praxis (em projectos solo do artista, como "Giant Robot" e "Monsters and Robots"), e em Colonel Claypool’s Bucket of Bernie Brains no album The Big Eyeball in the Sky (Interscope Records) e Giant Robot’s The Cuckoo Clocks of Hell (Catalyst).

O seu projecto de trip-hop/dub, Fullcone, teve músicas lançadas em Axiom’s Valis-Destruction Of The Beat, Volumes I e II, e em compilações Tetragramatron-Submerge. Braingravou com Buckethead, os albums de 1999 Monsters and Robots, e Colma on Cyber Octave/Virgin Records, 1998. Os dois colaboraram em Pieces - I Need Five Minutes Alone, na editora de John Zorn, Avant. Brain tocou no album a solo do DJ Disk, Ancient Termites (Bomb Records). Surgiu no album ao vivo e no video, A Phonosycograph com Disk, Buckethead, Xtrakd, e com o convidado Les Claypool,


Não contente em ser apenas uma mera arma contratado de estúdio, Brain também se tornou membro permanente no fim dos anos 90 nos trabalhos da banda Godflesh (Songs of Love and Hate, Love and Hate in Dub - descrito como "Black Sabbath reúnido com Wu- Tang Clan "), e na banda dos seus camaradas de longa data, Primus (Brain tocou em The Brown Album, Rhinoplasty, Anti Pop, e no video Videoplasty- mas teve que sair da banda por conta de um pé quebrado). O retorno de Brain a banda se mostrou muito importante em sua carreira, tendo gravado os álbuns The Brown Album, Rhinoplasty e Ant-Pop.

Mantia tinha um grande histórico musical, que se tornaria ainda maior com o convite de Axl para que ele integrasse o Guns N’ Roses (por a indicação de Buckethead, que já estava fazendo parte da banda em substituição ao guitarrista Slash). Brain tocou ao vivo com os Guns and Roses na turnê de 2001 (incluindo no Rock in Rio III) e em 2002 na entrega de premios da MTV Video Awards e fez parte processo de gravação do álbum Chinese Democracy.

Em Junho de 2006, Brain saiu dos GN’R para passar resolver problemas particulares e passar um tempo com sua família e desde então, não voltou a tocar com a banda.

Os seus estudos actuais consistem em teoria musical avançada e técnica de piano, os padrões de comportamento das abelhas Africanas e da ciência económica de "subdivisões".

ROBERT SCHNEIDER - Thee American Revolution


Thee American Revolution – Buddha Electrostorm (Garden Gate). Robert Schneider passou a maior parte da década passada como o rosto público da Elephant 6, sediada em Athens- colectivo musical que deu origem a grupos como os Neutral Milk Hotel, The Olivia Tremor Control e do próprio Schneider, The Apples In Stereo.

Tal como os outros grupos, os Apples cultivavam uma caótica estética pop psicadélica no início, mas ao longo de quase duas décadas, as arestas e o fuzz foram sistematicamente alisadas. Os últimos albums foram brilhantes, as criações do estúdio elegante, mas faltavam os reflexos do borbulhamento de som ácido que fez discos como Science Faire e Fun Trick Noisemaker.

Talvez em resposta a este movimento em direcção ao brilhante ou apenas um lembrete para o mundo que o velho cão ainda tem alguma mordida, Schneider trouxe esta explosão fuck groovy mod de um álbum, gravado com a sua nova coesa organização Thee American Revolution.

As 10 músicas psych-garage aqui são propositadamente confusas, gravado ao vivo-para-fita e salpicada com desleixo de pedaços de conversas em estúdio e um monte de noise ambient. Tem a sensação de um demo cassete envolto num bocado de papel fotocopiado em que está impresso o nome da banda e nada mais.

Schneider e co. são musicos experientes que sabem habilmente recriar a sensação de meados dos anos 60, Nuggets-style 45.

Project: R. Stevie Moore Tribute Album

Sick Of The Radio em conjunto com R. Stevie Moore preparam-se lançar um álbum tributo. Estam convocando todos os músicos para gravar a sua canção favorita de R. Stevie Moore e apresentá-lo. De lá, o Sr. R. Stevie Moore-se, irá escolher as suas canções favoritas para adicionar à compilação. O álbum estará disponível para download gratuito exclusivamente a partir de Sick Of The Radio. Se você ainda não sabe ainda um pouco de informação sobre R. S. Moore, ele tem vindo a fazer home made rock 'n' roll desde 1966, e já lançou mais de 400 álbuns, é considerado por alguns como o pai DIY ‘bedroom’ music.

SONIC YOUHT

William S. Burroughs: A Man Within' Poster

Como todos sabem, a par de Sundance há Slamdance poster exclusivo de William S. Burroughs :A Man Within, para a Cinematical


William S. Burroughs: A Man Within, longa-metragem, documentário independente pelo director Yony Leyser, em colaboração com BulletProof Film, Inc.

O filme pinta um retrato do autor da Geração Beat, e ícone americano, cujas obras de uma só vez foram consideradas brutais, e viciosas dos ideais conservadores, gerando vibrantes movimentos contra-culturais, e reconfigurou a cultura do século 20.

Possui nunca antes visto imagens de arquivo de Burroughs, The Cat Inside " As fans know: "A cat's rage is beautiful, burning with pure cat flame, all its hair standing up and crackling blue sparks, eyes blazing and sputtering ", assim como entrevistas exclusivas com amigos e confidentes: John Waters, Patti Smith, Genesis P-Orridge, Laurie Anderson, Amiri Baraka, Jello Biafra, Sonic Youth, Iggy Pop, Gus Van Sant, David Cronenberg, com narração do actor Peter Weller e banda sonora original por membros dos Sonic Youth e Patti Smith Group.

Nasceu o herdeiro do espólio de Burroughs 'máquina de somar, William S. Burroughs lutou toda a sua vida contra o vício, sistemas de controle e relacionamentos. Foi forçado a lidar com a tragédia do assassinato de sua esposa e as repercussões de negligenciar o seu filho.

A sua novela, Naked Lunch, foi um dos últimos livros a ser proibido pelo governo dos E.U., até que o tribunal aboliu a sua decisão em 1966, porque o livro tinha um valor social importante. Ele continua sendo um dos trabalhos mais reconhecidos da literatura do século 20.

William Burroughs foi um dos primeiros escritores a atravessar os limites perigosos da cultura queer e das drogas na década de 1950, e a registar as suas experiências. Eventualmente, foi saudado como o padrinho da geração beat e influenciou artistas para as gerações vindouras. No entanto, os seus amigos ficaram perguntando, se já fizeram William encontrar a felicidade? .

Este documentário extremamente pessoal quebra a superfície do mundo conturbado e brilhante de um dos maiores autores de todos os tempos.

THE HISTORY OF PUNK ROCK IN 200 T- SHIRTS


Muito tem sido escrito sobre a história da moda, mas o que acontece quando a moda em si é o meio de gravação da história?

Essa parece ser a mensagem de "Ripped: T-Shirts from the Underground" um novo livro de Rizzoli, que explora 30 anos da história da música principalmente o pós-punk através de uma colecção com curadoria de vintage band T-shirts.

O autor Cesar Padilla, proprietário da lendária loja vintage, Cherry, selecionada 200 peças de sua colecção particular para o livro, que inclui o comentário de figuras da musica e da moda como estilista Betsey Johnson, o Sonic Youth, co-fundador, Thurston Moore, e a ícone anti-cultural Lydia Lunch.

"Estas T-shirts representam a história de um movimento musical que teve lugar antes da era da infomação","o colecionador pode esperar pagar entre $50-$300 por esses leves artefactos culturais,disse Padilla. Ele também está a trabalhar em mais dois títulos de T-shirts para Rizolli, narrando a história da revolução sexual, e do heavy metal.

SHELLAC e MISSION OF BURMA

começo a cair em mim que esta semana vou ver.... Mission of Burma e Shellac.

MoMA e Schaulager dividem Matthew Barney

Compraram a meias o arquivo da obra "Drawing Restraint", uma espécie de "work- in-progress" do artista norte-americano

O Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) e a Laurenz Fondation, proprietária do armazém-museu-galeria Schaulager, em Basileia, na Suíça, compraram a meias o arquivo da obra "Drawing Restraint", uma espécie de "work- in-progress" do artista norte-americano Matthew Barney, cujo primeiro núcleo, baseado na ideia de restrições auto-impostas, foi criado no final dos anos 80 - quando o autor ainda estudava na Universidade de Yale -, e que vai actualmente na sua 17ª série.

O valor da transacção não foi divulgado, mas especialistas da obra de Barney admitem que o montante pago terá rondado os cinco milhões de dólares (cerca de quatro milhões de euros). A obra inclui vídeos de performances de Barney, desenhos, esculturas, objectos feitos de materiais como petróleo, cera e plástico, e ainda uma ambiciosa longa-metragem - "Drawing Restraint 9" -, inspirada em rituais xintoístas e filmado no interior de um barco japonês de pesca à baleia. A banda sonora é de Björk, que também protagoniza o filme, juntamente com Barney. Todos os restantes elementos do extenso elenco são japoneses.

Esta inédita parceria deveu-se em boa medida a Maja Oeri, uma das herdeiras da multinacional farmacêutica Roche, que é simultaneamente administradora do MoMA e presidente da Laurenz Fondation.

Considerando que "Drawing Restraint" é "a espinha dorsal" de todo o trabalho artístico de Barney, Ann Temkin, curadora do departamento de pintura e escultura do MoMA, acha que as características desta obra, dada a multiplicidade de elementos que congrega, se adequam bem a esta aquisição partilhada. "O arquivo incorpora tantos elementos diversos que instituições como o MoMA ou o Schaulager podem mostrar apenas porções da obra", apresentando, por exemplo, "apenas os vídeos, sem as esculturas e os desenhos".

21/05/2010

20/05/2010

Peter Brötzmann Chicago Tentet

Hoje recebi um presente sem contar, ofereceram-me dois convites para o concerto de PETER BRÖTZMANN CHICAGO TENTET, na Casa da Musica.

Não me recordo de momento tirando o SFJC, não existe muitos colectivos que abriga um extraordinário grupo de músicos. Onze, e não dez, como o nome faria supor - os melhores músicos do jazz contemporâneo actual.

Peter Brötzmann — tenor sax/clarinet/tarogato
Mars Williams — tenor/alto/soprano sax/clarinet
Ken Vandermark — tenor sax/clarinet/bass clarinet
Mats Gustafsson — baritone sax/fluteophone
Joe McPhee — pocket cornet/valve trombone/soprano sax
Jeb Bishop — trombone
Fred Lonberg-Holm — cello
Kent Kessler — bass
Michael Zerang — drums/percussion
Hamid Drake — drums/percussion

Brötzmann é o maestro, o arquitecto deste edifício, cheio de energia há 10 anos a esta parte envolve algumas das mais importantes figuras da música improvisada actual, do free jazz / improv.

Ken Vandermark é um dos saxofonistas de Chicago que passou a ganhar destaque a partir da década de 90. O nome do hiperativo saxofonista (que também utiliza muito o clarinete) está associado a uma infinidade de projetos: DKV Trio, Witches & Devils, Spaceways Inc., Bridge61, Caffeine, Territory Band, Free Fall, FME (Free Music Ensemble), Sonore e, talvez seu grupo mais sólido, o Vandermark 5. Costuma participar também do Chicago Tentet, do gênio alemão Peter Brotzmann.

19/05/2010

Irving Penn Portraits

Marlene Dietrich, New York, 1948 + Alfred Hitchcock, New York, 1947

Irving Penn Portraits - National Portrait Gallery.

Irving Penn (1917-2009) foi um dos grandes fotógrafos do nosso tempo. Falando especificamente sobre seus retratos de grandes figuras da cultura das últimas sete décadas, Irving Penn Portraits é uma celebração gloriosa do seu trabalho nesse género.

A exposição é formada a partir de grandes colecções internacionais e inclui mais de 120 estampas vintage, fotos para a revista Vogue em 1940.

Penn fotografou uma gama extraordinária de baby-sitter do mundo da literatura, da música e das artes visuais e performativas. Entre aqueles apresentados na exposição estão- Truman Capote, Salvador Dali, Christian Dior, TS Eliot, Duke Ellington, Grace Kelly, Rudolf Nureyev, Al Pacino, Edith Piaf, Pablo Picasso e Harold Pinter.

Este fascinante estudo traz à tona a importância da linguagem visual de Penn e fornece uma rara oportunidade de explorar o seu uso inovador de composição, luz e técnicas de impressão.

RAYMOND SCOTT

IAN CURTIS

18 de maio, é o aniversário dos 30 anos da morte de Ian Curtis, dos Joy Division.

18/05/2010

MORREU HANK JONES

O pianista de jazz Hank Jones, um dos mais respeitados da época do pós-guerra, morreu domingo, num hospital de Nova Iorque, vítima de uma doença que o seu agente, Jean-Pierre Leduc, não especificou.
Contava 91 anos. “O mundo do jazz está consternado, ele era um gigante, um dos últimos da sua geração”, afirmou Leduc. Entre 1947 e 1953, foi pianista da cantora Ella Fitzgerald, tendo-se associado posteriormente a Benny Goodman, com quem trabalhou até os anos 1970.

O seu estilo versátil fez dele um dos pianistas mais solicitados e gravados na história do jazz, tendo participado em vários acontecimentos históricos, acompanhando, por exemplo, Marilyn Monroe, quando ela cantou em 1962 “Happy birthday Mr. President” para o Presidente John F. Kennedy.

O pianista nasceu no estado do Mississipi, numa família de músicos, que deu ao mundo dois outros grandes nomes do jazz americano: o baterista Elvin Jones e o trompetista Thad Jones. Hank Jones ainda se mantinha activo. Esteve em Novembro do ano passado em Portugal para actuar no festival Guimarães Jazz e na Culturgest, em Lisboa.

No ano passado, havia recebido um Grammy de carreira e em 2008, George W. Bush havia entregue a Hank Jones a Medalha Nacional das Artes. À Billboard, o saxofonista Joe Lovano, que com ele tocou, chamou-lhe «um dos mestres da história do jazz».

Para além das citadas, Jones partilhou o espaço musical com Coleman Hawkins, Ben Webster, Wes Montgomery, Nancy Wilson, Lester Young, Charlie Parker e John Coltrane. Nascido em Vicksburg, Mississipi, e criado em Pontiac, Michigan, foi influenciado por Nat King Cole, Art Tatum e Teddy Wilson.

16/05/2010

As exigências dos artistas do Rock In Rio

O Correio da Manhã avança hoje algumas das exigências dos artistas que vão estar no Rock In Rio.

Elton John pediu à organização camarins alcatifados à temperatura de 19 de graus, sofás com um mínimo de dois metros de comprimento, toalhas de linho nas mesas e 40 quilos de gelo. Para acomodar a roupa, exigiu ainda dois charriots com 1,80 de comprimento cada e um camarim que deve ter espaço para dez malas gigantes.

Mais modesta, Ivete Sangalo tem no champanhe, no sushi e nos arranjos florais do camarim as extravagâncias. No catering haverá frango assado, cem brigadeiros e uma bandeja com 60 salgados.

Quanto a Leona Lewis, pediu um menu completamente diferente. A carne e o peixe estão proibidos pelo que toda a alimentação é de origem vegetal; para acompanhar haverá vinho tinto da Nova Zelândia.

Os 2 Many DJs requisitaram chá verde, um camarim decorado com velas e uma tábua de engomar. O estreante John Mayer ficou-se pelas 70 toalhas.

O regresso de Vinicius Cantuária

Amanhã, no São Luiz, o músico brasileiro partilha o palco com o pianista português Mário Laginha.

Quando o músico brasileiro Vinicius Cantuária conheceu o pianista português Mário Laginha, há cerca de dois anos, a cumplicidade foi imediata: "Eu já o conhecia dos discos, já era admirador do trabalho dele", conta o brasileiro. "Mas, aí, conversámos e decidimos que tínhamos de fazer qualquer coisa juntos. Só que as nossas agendas estavam muito complicadas. Quando eu soube que vinha fazer um concerto a solo em Portugal, mandei um e-mail desafiando-o e ele respondeu dizendo que também estaria por cá. Ficou combinado." O encontro irá acontecer, finalmente, amanhã à noite, no Teatro São Luiz, em Lisboa.

Vinicius Cantuária inicia em Portugal uma breve digressão europeia para apresentar o seu mais recente disco, Samba Carioca. Entre as cerca de 20 músicas que constam no alinhamento, meia dúzia irá ser partilhada com Laginha. "Vamos tocar temas meus e dois clássicos de Tom Jobim, porque eu queria muito saber como é que o piano português iria ficar na bossa nova." O contrário também vai acontecer e Vinicius Cantuária vai cantar Lua Partida ao Meio, tema que Laginha fez com Maria João, que na versão original imitava o sotaque brasileiro para cantar "se eu fosse muito guloso, comia essa lua em forma de queijo".

Vinicius Cantuária e Mário Laginha iam ensaiar juntos pela primeira vez ontem, ao final da tarde, mas o brasileiro não escondia o seu entusiasmo: "Este encontro surge num momento em que eu estou a dar muita atenção ao piano." Samba Carioca foi gravado entre o Brasil e os EUA e contou com cúmplices como Marcos Valle, João Donato (pianistas brasileiros), Brad Mehldau (pianista americano com quem Cantuária já tinha trabalhado) e o guitarrista Bill Frisel (guitarrista). "Este disco vai pegar uma ideia antiga, dos trios de piano, baixo e bateria que, nos anos 70, interpretavam em bares standards de jazz", explica o músico. Neste concerto, onde para além de Laginha não haverá mais músicos, Vinicius Cantuária trará voz e violão, mas promete surpreender a audiência com umas "experiências" com "um loop de percussão gravado na hora".

Mas as "experiências" portuguesas não se ficam por aqui. Ainda este mês, Vinicius Cantuária vai tocar no Barbican Center, em Londres, num concerto cuja primeira parte será assegurada por Rodrigo Leão e pelo seu Cinema Ensemble: "É a primeira vez que o vou ver. Conheço a sua música principalmente pelos Madredeus. Mas aqui abre- -se mais uma janela e quem sabe futuras colaborações."

"Experiências" não faltam na carreira de Vinicius Cantuária. Formou a primeira banda com 12 anos. Nos anos 70, foi baterista dos grupos O Terço e A Banda Atómica, exemplos do rock progressista brasileiro. Nos anos 80, começou a cruzar-se e a tocar com nomes como Luiz Melodia, Gilberto Gil e Caetano Veloso - foi precisamente num disco de Caetano, Outras Palavras, que deu nas vistas como compositor, com o tema Lua e Estrela. Em 1982, o primeiro disco em nome próprio, intitulado precisamente Vinicius Cantuária, incluía o sucesso Coisa Linda e abriu caminho a uma série de concertos e discos em que Vinicius mostrou os seus dotes não só como compositor mas também como cantor. Nos anos 90, mudou-se para Nova Iorque para, como explicou, "fazer música tradicional do Brasil, no sentido das harmonias e dos ritmos, procurando abri-la à contemporaneidade". Tucumã (1999), Horse and Fish (2004) ou Cymbals (2007) são alguns dos discos mais famosos desta fase da sua carreira - até hoje, ele assume-se como um brasileiro em viagem.

Eu sou um admirador da obra de Vinicius Cantuaria, um dos grandes concertos que assisti ao vivo ( e já vi mais de 200) foi o que ocorreu numa noite de chuva no Palácio de Cristal no Porto - está guardado para memoria futura

FERNANDO BOTERO - e a dor da Colombia

Colombian painter Fernando Botero gestures front of his new paintings depicting the horrors of U.S. guards' abuse of captives at Iraq's Abu Ghraib prison, Monday April 11, 2005 in Paris, France.

Guadalajara, inauguração da mostra "Fernando Botero. El Dolor de Colombia''. A exposição, que reúne 77 obras assinadas por Botero, e está integrada no Festival Cultural de Maio, que decorre anualmente naquela cidade mexicana.

The Wire 20 Years 1982-2002: Audio Issue

The Wire 20 Years 1982-2002:
Various Artists - Series: The Wire , 2002 - Label: Mute Records

1.1 Steve Lacy - The Wire
1.2 Ennio Morricone (with Gruppo d'Improvvisazione Nuova Consonanza) Seguita
1.3 Coil - Wrong Eye
1.4 Hands To - Egress (excerpt)
1.5 David Toop & Max Eastley - Buried Dreams
1.6 Vivian Jackson & King Tubby - Tubby's Vengeance
1.7 Fennesz - Don't Talk (Put Your Head on My Shoulder)
1.8 Derek Bailey - M 5
1.9 Traditional Musicians, Bali - Cockfight - Trance in Paksabali and Kesiman - Gamelan Beleganjur
1.10 Einstürzende Neubauten - Pygmäen
1.11 AMM - After Rapidly Circling the Plaza (excerpt)
1.12 Mars - 11,000 Volts
1.13 Cabaret Voltaire - Breathe Deep
1.14 Tony Conrad with Faust - The Death of the Composer Was in 1962
1.15 Designer - Vandal
1.16 Torture - Soaking Bodies in Dub
1.17 Fela Kuti - Shenshema
2.1 The Art Ensemble of Chicago - Illistrum
2.2 Sonic Youth - Expressway to Yr Skull
2.3 Spring Heel Jack/The Blue Series Continuum - Salt
2.4 This Heat - Paper Hats 5:58
2.5 Stereolab & Nurse With Wound - Simple Headphone Mind
2.6 Jac Berrocal - Rock 'n' Roll Station
2.7 Sun Ra & His Solar-Myth Arkestra - Ancient Ethiopia
2.8 Christian Marclay - Jukebox Capriccio
2.9 John Cage - Williams Mix
2.10 Yoshihide Otomo - Cathode #4: Soundcheck Version
2.11 Björk - Headphones
2.12 Pauline Oliveros - I (excerpt)
3.1 Keith Hudson - Satan Side
3.2 Terry Riley - Music for 'The Gift' Part 1
3.3 William S. Burroughs (with Ian Sommerville)-Silver Smoke of Dreams
3.4 Suicide - Rocket USA
3.5 Supersilent - 4.2
3.6 Pan Sonic - Vaihe (Fön)
3.7 Deutsch-Amerikanische Freundschaft - Kebabträume
3.8 Larry Young - Khalid of Space Part 2 - Welcome
3.9 David Behrman (with Gordon Mumma) - Players With Circuits
3.10 不失者 - The Caution Appears Part 5
3.11 John Coltrane (with Alice Coltrane) - Living Space
3.12 John Fahey - Some Summer Day
3.13 Diamanda Galás - 25 Minutes to Go

15/05/2010

CAMERON CROWE

Surgiram rumores de que o director Cameron Crowe (Quase Famosos, Jerry Maguire) estava interessado em dirigir uma adaptação do livro de memórias bestselling Benjamin Mee, We Bought a Zoo.

ISRAEL + PALESTINA

RAUL TABORDA DAMONTE - COPI

Raul Taborda Damonte, conhecido como Copi, nasceu na Argentina em 1940 e tornou-se uma figura controversa na França, nunca escondendo sua condição de exilado, homossexual e portador do vírus HIV. Escreveu a sua primeira peça em Buenos Aires, em 1962 (Un angel para la señora Lisca), mas foi em Paris que produziu o essencial de sua obra.

Copi, morreu com Sida em 1987. "O frigorífico" é um dos emblemáticos monólogos que Copi chegou a representar, em 1983, o Teatro Plástico estreia na Fundação Escultor José Rodrigues, no Porto, em 2008.

"A produção artística de Copi dá-nos conta de uma série de tensões entre a arte e o género, entre a cultura de massas e a cultura popular e entre linguagem e estética, pelo que a sua obra resiste a classificações", escreveu a ensaísta Laura Vázquez, no ano passado, no Boletín de Estética do Centro de Investigaciones Filosóficas de Buenos Aires

Ainda assim, será fácil identificar Copi como pioneiro da arte "queer", numa época em que o termo inglês "queer" ("maricas" ou "esquisito") era ainda insultuoso e não tinha ganhado a carga contra-ideológica que o faz hoje designar identidades sexuais não normativas, pessoas que se recusam a ser categorizadas e escolhem situar-se nas fronteiras dos géneros e das sexualidades. "Uma das razões da grandeza de Copi, e do desdém com que, até agora, a sua obra tem sido tratada entre nós [argentinos], tem seguramente a ver com a violência com que irrompe na cena mundial para propor uma ética e uma estética trans: transexual, pós-nacional, pós-linguística", explicava o crítico literário Daniel Link, em 2008, no blogue "Linkillo (Cosas Mías)".

Essa perspectiva é confirmada pelo actor e encenador Luís Castro, do grupo Karnart, que associa o cunho "queer" da produção de Copi ao movimento de contra-cultura dos anos 60 e 70. "Interessa-me o lado de intervenção social que as suas peças carregam e as personagens consistentes que proporciona aos actores", diz. Castro traduziu "O Homossexual Ou a Dificuldade em Exprimir-se" e levou-a a cena em 2005 e 2007; em 2008, montou, também em Lisboa, "A Torre de La Défense", em 2008. Que sensação lhe deixaram esses textos? "A sensação de ter partilhado com um autor interventivo preocupações éticas de enorme importância e de ter projectado no público verdades, mesmo se ambíguas e metafóricas, carregadas de enorme plasticidade e dotadas de uma estética fortíssima."

Quase 23 anos depois da morte, Copi reaparece em Portugal e Espanha, em sucessivas reedições. Há mais livros previstos para 2011. Afinal, o pioneiro da arte "queer" não morreu para sempre

Chamar-lhe o quê? Dramaturgo, actor, romancista, cartoonista? Encaixá-lo onde? Contra-cultura dos anos 70, boémia intelectual de Paris, arte engajada, estética "queer"? Em rigor, tudo vale para Copi, pseudónimo de Raúl Damonte Botana, nascido em Buenos Aires em 1939, exilado em Paris a partir de 1962, vítima da sida em 1987. "Tão poderoso, tão magnífico, tão trágico, tão desgarrado, tão tremendo, a desmesura", escreveu sobre ele o jornalista argentino José Tcherkaski. Agora que as suas obras começam a ser reeditadas em Portugal e em Espanha, é como se houvesse uma nova oportunidade para descobrir um criador incontornável da segunda metade do século XX. Um criador que, por ter querido circular nas margens, e por aí se ter forjado, conseguiu ser reconhecido pelas elites intelectuais mas nunca se tornou um nome familiar para o grande público.

Não é uma febre editorial, mas para lá caminha. Em Portugal, foram publicadas em Janeiro cinco das suas peças, em duas edições distintas: "Uma Visita Inoportuna", pela Livros de Areia, e "O Homossexual ou a Dificuldade em Exprimir-se e Outros Textos", na colecção Livrinhos de Teatro. Em 2011, ou 2012, deverão sair, nesta mesma colecção, mais três peças: "As Quatro Gémeas", "Uma Visita Inoportuna" (em tradução alternativa à da Livros de Areia) e "A Noite de Dona Luciana". Do lado de lá da fronteira, dois romances e dois contos, um dos quais estava inédito, acabam de ser compilados pela Anagrama, de Barcelona: "Obras (Tomo I)" junta "El Uruguayo", "La Vida Es Un Tango", "La Internacional Argentina" e "Río de La Plata". O segundo tomo está pensado para 2011, informa a editora, e incluirá os textos "El Baile de Las Locas", "Las Viejas Travestís" e "Virginia Woolf Ataca de Nuevo".

in Público

MATTHEW HERBERT

Na minha humilde opinião, Matthew Herbert é um dos melhores e dos mais reconhecidos músicos, compositores, e produtores no domínio da música electrónica e dança, actual. Não esquecendo James Murphy, aka LCD Sound System.

A sua filiação com a música começou na tenra idade de quatro anos, quando começou a aprender violino e piano. Aos sete anos tocava em orquestras, e aos 16 começou a excursionar pela Europa com várias orquestras. O pai um engenheiro de som da BBC, Herbert simultaneamente envolveu-se na relação entre a electrónica e música, promovido por uma professora que conheceu na escola.

Matthew Herbert não faz a coisa por menos: vai lançar três álbuns em 2010. O primeiro, "One One".

Matthew Herbert também é conhecido por outros projectos pessoais, tais como, Doctor Rockit, Wishmountain, Radio Boy, e Matthew Herbert Big Band "encaro os meus discos como pequenos diários de um momento particular da vida posta em relação com a experiência do mundo". Foi em "Around The House" (1998), centrava-se nos sons domésticos. Em "Bodily Functions" (2001 - o único que eu tenho), nos sons do corpo humano. Em "Goodbye Swingtime" (2003), na época de ouro das "big bands" do jazz. Em "Plat Du Jour" (2005), na produção alimentar.

Em 2010, v "One One", que acaba de ser lançado, uma das novidades reside no facto de ter prescindido de ter vocalistas convidados- praticamente sozinho, toca e vocaliza todas as canções. Em Junho haverá "One Club", registado durante uma noite, no clube Robert Johnson, em Frankfurt, Alemanha. E, em Setembro, sairá "One Pig", captando o ciclo de vida de um porco ou, como ele diz, do animal que é mais abusado pelos homens.

Numa entrevista perguntam-lhe: escolheu como meio de expressão preferencial a música de dança que é - mesmo se erradamente - encarada como sendo puramente hedonista. Nela, a palavra, muitas vezes, tem apenas uma função performativa, não conta uma história, não produz narrativa.

Mas nem sempre foi assim. No início, a música de dança vinha do meio "gay" negro. Tinha um propósito político, mesmo que não fosse explícito. O mesmo aconteceu com o acid-house, nos anos 80. E quando comecei, nos anos 90. A música house constituía a aventura, o risco, a possibilidade de pôr em causa o que vinha de trás, em particular o corporativismo da cultura rock. Agora ouve-se, na rádio, música de dança, ou de qualquer outro tipo, e o panorama é desolador. É como se estivesse dissociada da experiência. É egoísta, nesse sentido, diz Herbert

Faz álbuns a partir de uma ideia particular. No seu caso, a música tem de estar sempre ligada a uma experiência?

Não diria tanto. Diria que não consigo fazer música sem pensar no que é que isso significa. Apenas isso. Por norma dizem que faço álbuns conceptuais. Não me chateia que o digam, mas é interessante porque ninguém diz que um filme que conta uma história ou um livro que tem uma determinada narrativa é conceptual. São apenas um filme e um livro. Os meus discos têm histórias lá dentro, têm um propósito, mas são apenas isso, discos.

Stephen Malkmus e Beck juntos em estúdio

Ainda não se sabe muito sobre a colaboração, mas, de acordo com a "Mojo", Stephen Malkmus e Beck os dois músicos e amigos de longa data, já estiveram juntos no início deste ano, quando Beck foi a estúdio gravar com Malkmus e a sua banda, The Jicks. O que fizeram não se sabe, mas a revista inglesa avança que Beck terá trabalhado como produtor. Os dois últimos álbuns dos The Jicks foram produzidos pelo próprio Malkmus.

Devido aos compromissos de Malkmus com os regressados Pavement, a sua banda desaparecida em 1999, as gravações poderão ser editadas apenas no próximo ano, como confirmou a Matador, a editora de Malkmus.

Enquanto isso, os Pavement, banda de culto dos anos 1990, continuam a digressão de regresso, com concertos agendados até ao final do ano. Depois dos compromissos com os Pavement, Malkmus regressará à sua carreira a solo.

O GÉNIAL ÚNICO MAURICE BEJART

Maurice Béjart morreu a 22 de Novembro de 2007, aos 80 anos. "Le Presbytère n'a Rien Perdu de Son Charme Ni le Jardin de Son Éclat", o espectáculo que ontem chegou ao Coliseu dos Recreios, em Lisboa, foi criado dez anos antes e corresponde a um período criativo do coreógrafo que muitos consideram irrelevante e, de soslaio, relegam para a segunda linha da obra do coreógrafo nascido em Marselha, França, que foi para a Bélgica fundar uma companhia de dança revolucionária, a Mudra, onde estudaram, por exemplo, Anne Teresa de Keersmaeker e Maguy Marin.

Béjart é um nome fundamental para compreender aquilo a que hoje chamamos dança contemporânea. Filho de um filósofo, trouxe para a dança uma compreensão do corpo menos presa a uma ideia de beleza etérea, mais consciente da dimensão simbólica do movimento, e mais atenta também ao contexto social e político .

Depois de uma surpreendente estreia, em 1953, com "Symphonie Pour Un Homme Seul", em que um Béjart ao mesmo tempo coreógrafo e intérprete se violentava face às falsidades da dança neo-clássica, partiu para uma pesquisa que sobrepôs o pessoal ao movimento. Em 1959, em resposta a um convite da Théâtre Royal de La Monnaie, de Bruxelas, criou uma "Sagração da Primavera" que tinha dois "sacrificados", um homem e uma mulher, assumindo um movimento indiferente ao género; dois anos depois, criou um "Bolero" para Jorge Donn, seu companheiro, o corpo que de tanto dançar as coreografias de Béjart se tornou a imagem mais forte da dança béjartiana. Daí até 2007, houve de tudo. "Em Maurice há todo o tipo de espectáculos. Havia peças íntimas, criadas para a "pera de Paris, em que a pesquisa era muito mais precisa, e outras mais amplas, mas nem por isso menos pessoais", conta-nos, via telefone, Gil Roman, último companheiro de Maurice Béjart e actual director artístico do Béjart Ballet Lausanne.

De tudo, incluindo uma forte dimensão política. Maurice Béjart foi o primeiro coreógrafo a subir, em 1966, à Cour d'Honneur do Palácio dos Papas, centro nevrálgico do Festival de Avignon, para apresentar a peça "Romeu e Julieta", inspirada no slogan contracultural "Make love, not war". Foi essa peça que, dois anos depois, trouxe a Lisboa, numa noite em que ousou desafiar o regime de Salazar. Tendo a companhia atrás de si, subiu ao palco para anunciar o assassinato do candidato presidencial norte-americano Robert Kennedy e fazer um discurso contra a ditadura e a situação nas colónias. A PIDE ficou incomodada com o minuto de silêncio que Béjart pediu ao público. Às três da manhã forçou a companhia a sair do Hotel Borges, no Chiado, e escoltou-a até à fronteira espanhola.

A história vem contada num texto de José Medeiros Ferreira, incluído no livro comemorativo dos 50 anos da Fundação Calouste Gulbenkian, patrocinadora do espectáculo. Depois da revolução, ainda em 1974, Béjart regressou ao Coliseu dos Recreios para apresentar a mesma peça e, em 1998, Jorge Sampaio condecorou-o com a Grande Ordem do Infante D. Henrique.

A vida, não a sida

No caso de Béjart, quando falamos de uma dança espectacular falamos sobretudo da sua capacidade para produzir imagens: "As peças dele vão para muitos lados. Nunca foi importante fechá-las num só sentido e tentar perceber se era uma pesquisa sobre o corpo ou sobre o palco", diz Roman. "Le Presbytère..." corresponde a um período em que Béjart, depois de abraçar a espiritualidade oriental, começou a trabalhar uma ideia de espectáculo mais sensorial, menos agressiva. Não será, por isso, ocasional, que a escolha de Béjart para a construção visual da peça tenha recaído, uma vez mais, no costureiro Gianni Versace. Queria recordar os vários amigos que havia perdido para a sida e, muito em particular, o seu companheiro Jorge Donn.

"Le Presbytère..." é, portanto, reacção a esses tempos terríveis em que toda uma geração perdeu a inocência, um pacto em nome da sobrevivência emocional. "Versace e Béjart tinham uma relação de cumplicidade e amizade muito profunda. A criação desta peça tocou-lhes particularmente. Gianni, como sempre, fazia vários esboços, e Maurice queria uma coisa muito mais simples. Trabalharam com esse objectivo. Maurice não queria que um ballet que falava da sida fosse triste; queria que se sustentasse na energia e que fosse, ao mesmo tempo, simples. Era importante que os figurinos não ocupassem todo o espaço, de modo a que o bailarino pudesse sentir-se livre para dançar", explica Roman.

Além de responder a esses figurinos, a coreografia de Béjart responde também a uma narrativa muito influenciada pela linguagem dos videoclips e, em particular, pela extravagância resistente dos Queen, cujo líder, Freddie Mercury, viria, também ele, a morrer vítima de sida em 1991. Tanto os Queen como Elton John estiveram, de resto, em palco na estreia do espectáculo em Paris, no Théâtre National de Chaillot, a 17 de Janeiro de 1997. Os videoclips, sim, mas "não só isso", alerta Gil Roman: "Béjart estava muito interessado no cinema, sempre esteve. Este espectáculo foi tratado como uma montagem cinematográfica". Continua: "É um ballet sobre o nascimento e a morte, a renascença em permanência. Não é um ballet sobre a sida, mas sobre os que morreram. Ele não queria servir-se dessa doença para fazer um espectáculo, queria mostrar a vida".

É justamente por isso que esta peça vai a mais sítios do que outras criações paralelas de uma geração que quis, através do seu trabalho, encontrar um caminho para um corpo em perigo de desaparecimento: "Still/Here" (1994), de Bill T. Jones, a inacabada "Noces d'Or" (1992), de Dominique Bagouet (que foi bailarino de Béjart e cujas últimas peças tratavam do conflito entre a falta de tempo e a nostalgia do desconhecido), e mesmo "Meinwarts" (1984), de Raimund Hoghe.

"Béjart utilizava tudo o que estava à sua volta procurando essa intimidade", sublinha Gil Roman. Essa intimidade, palavra que Gil Roman vai repetindo ao longo da conversa com o Ípsilon, não soçobra perante o facto de este ser um espectáculo para estádios ou salas não convencionais. Como se usasse uma lupa para ampliar a reflexão que queria fazer sobre o movimento, Maurice Béjart recorre neste espectáculo à estratégia da aranha. À profusão de imagens produzidas pelos figurinos, pela música e pelo expressionismo generalizado, Béjart acrescenta uma tessitura filigrânica no plano do movimento que, muito provavelmente, passará despercebida a parte do público, mas que prolonga uma pesquisa sobre o simbolismo de um corpo em movimento.

Há, como havia noutras peças, um trabalho de resgate do movimento, e por consequência do corpo, da máquina opressiva do efeito. Mas há, sobretudo nesta peça, muito pela evidente reacção ao tema da sida, uma dupla reflexão que sujeita o sentido imediato a uma outra leitura. Gil Roman fala de "um motor que alimentou os últimos anos de criação de Maurice Béjart". A peça parece reunir um conjunto de elementos caros ao coreógrafo: implicação do corpo ao nível da exigência física, sobreposição de elementos semióticos (figurinos, música, movimento) numa espiral coreográfica que abre campo à interpretação abstracta mas que não esquece a vontade de evidenciar, atenção à construção geométrica do corpo em cena e à necessidade de o intérprete procurar soluções que o libertem dessa grelha.

Conta-nos Gil Roman que "Maurice procurava o sentido da forma". O mais importante, nota, "não era que o percebessem, mas que o seguissem": "O que o público vai ver é um espectáculo. Ele não dizia o que estava a fazer. Tímido como era, não afirmava, sugeria". E, mesmo sem ele, o espectáculo continua.

"Le Presbytère..." de Maurice Béjart, um dos mais influentes coreógrafos da segunda metade do século XX. Desde ontem, no Coliseu dos Recreios, é o corpo ausente, vítima da sida, que sobe ao palco.

CORNELIUS CARDEW



A exposição e o programa paralelo dão conta do legado de um dos nomes fundamentais da música produzida na segunda metade do século XX.

Uma exposição e um programa paralelo excepcional: "Cornelius Cardew e a Liberdade da Escuta" chega à Culturgest-Porto, a 8 de Maio, depois de ter passado por Brétigny, França, e Estugarda, Alemanha. A iniciativa, comissariada por um quarteto formado por Dean Inkster, Jean-Jacques Palix, Lore Gablier e Pierre Bal-Blanc, dá conta do percurso e do legado de um dos nomes fundamentais da música produzida na segunda metade do século XX. No final dos anos 1950, Cardew (1936-1981) foi responsável pela divulgação junto do público inglês de diversos compositores ligados à vanguarda norte-americana, como John Cage, Morton Feldman, La Monte Young e Christian Wolff. Nessa época, escreveu porventura aquelas que são as suas obras mais conhecidas: "Treatise" (1963-67) e "The Great Learning" (1968-71), uma obra experimental inspirada em versões de textos de Confúcio elaboradas por Ezra Pound. Em 1966, Cardew juntou-se aos AMM, grupo de improvisação livre, que, entre os fundadores, conta com o guitarrista Keith Rowe e o percussionista e baterista Eddie Prévost.

Dois anos depois, o compositor inglês criou ainda, com Howard Skempton e Michael Parsons, a Scratch Orchestra. Cardew voltou-se então para um projecto político de cariz marxista-maoísta, em que a música participava do objectivo de libertação do povo, inspirando-se, para o efeito, na tradição popular inglesa e criando temas que ostentavam títulos como "Smash the social contract" e publicando ainda, em 1974, o livro "Stockhausen serve o imperialismo." Estes e outros aspectos da vida e obra de Cardew - que morreu atropelado em circunstâncias ainda não totalmente claras, segundo o seu biógrafo e amigo, o pianista John Tilbury - serão revisitados, até 25 de Junho, numa sucessão impressionante de concertos, conferências e performances, que incluem, entre outros, os nomes de Christian Wolff, Tania Chen, Keith Rowe, Marcus Schmickler, Piotr Kurek, Rhys Chatam, Nina Canal, John Tilbury e Terre Thaemlitz. Imperdível.

Para além da exposição, este projecto engloba ainda um intenso programa de concertos, performances e conversas, ao longo do qual vários músicos e artistas internacionais interpretam partituras de Cardew e respondem ao seu trabalho de formas muito diversas, dando conta quer da duradoura vitalidade do trabalho do compositor e do seu contributo fundamental para a história da música experimental, quer da ressonância actual da sua obra e das suas ideias nas práticas musicais e artísticas contemporâneas.

Cornelius Cardew é indiscutivelmente um dos mais importantes compositores da segunda metade do século XX. Embora não tenha tido ainda um reconhecimento público alargado – ao contrário de Karlheinz Stockhausen e de John Cage, que influenciaram decisivamente a sua obra num período inicial –, Cardew inspirou toda uma geração de compositores e músicos de vanguarda, sendo reivindicado como importante influência por nomes como Gavin Bryars, Brian Eno, Michael Nyman, Frederic Rzewski ou Christian Wolff.

14/05/2010

LHASA

Tão repentinamente como surgiu também assim partiu: Lhasa de Sela, cantora e compositora nascida em Nova Iorque, mas profundamente influenciada pela cultura mexicana, faleceu no dia 1 de Janeiro deste ano, aos 37 anos de idade, de um cancro da mama, contra o qual lutava há 21 meses. Deixou pai, mãe, irmãos, sobrinhos, e um culto de fãs indefectíveis, reflectido no milhão de cópias que os seus três discos venderam.

Lhasa é filha do escritor mexicano Alejandro Sela e da fotógrafa norte-americana Alexandra Karam. Com os pais viveu sete anos na estrada. Sete anos a bordo de uma caravana, em busca de palavras e imagens, acompanhada pelos pais e irmãs entre caminhos alcatroados ou a terra batida entre o México e os Estados Unidos. Uma vida sem destino traçado que a levou, pela separação dos pais, a San Francisco, para onde se mudou na companhia da mãe e se estreou a cantar Billie Holliday. Tinha 17 anos, e uma voz que já era capaz de sugerir melancolia e infinita tristeza.

Com uma das irmãs, muda-se, mais tarde, para o Canadá, onde conhece Yves Desrosiers. O guitarrista personagem-gatilho num processo de descoberta de uma personalidade única iniciado numa colaboração há seis anos no Festival de Jazz de Montreal, que agora se expressa através das canções registadas no soberbo e tocante «La Llorona».
O disco, integralmente cantado em castelhano, transporta-a para o México de seu pai e aos dias de estrada sem fim. Em busca das palavras e das imagens da senda incessante que acompanhava anos antes. E em «La Llorona» capta-as, num registo de sensibilidade cortante que vive, sobretudo, de uma voz que se exige descobrir. Uma voz que sofre, chora, encanta, sente e faz sentir.

Entre canções tradicionais mexicanas e originais embebidos em deserto e areia, Lhasa evoca paisagens largas, grandiosas, solarengas, quentes. Personagens estranhos, fantasmas, demónios. E tempos distantes. Tempos anteriores à colonização espanhola, através de lendas recordadas, entre elas a que dá titulo ao disco. A lenda de La Llorona, a esposa da serpente com penas Quetzal, que atraía, em noites quentes, os homens às margens dos rios com cantos melancólicos de forte carga erótica, para depois os beijar e transformar em pedra.

Lhasa poderia ser La Llorona. A sua voz atrai, esmaga, conquista. Só não transforma em pedra, caso contrário este texto teria sido bem mais difícil de escrever. Nada como dedos de carne e osso com articulações à mistura.
Essencialmente paisagista, o disco transporta-nos irremediavelmente para as latitudes que canta. Expressivas, voz e composição traçam o Mexico por linhas de som. «El Desierto», a canção que descodifica toda a carga do canto e música de Lhasa, é o momento do disco onde a cantora e o guitarrista canadiano que a acompanha nesta operação mais ousam o desafio da colisão das paisagens e tradições evocadas com o presente, num quadro que sugere imagens longas e belas.

Este será o momento onde Lhasa mais se destaca de todas as marcas da tradição do canto das rancheras que evoca claramente em todo o disco. Um momento que assimila e reinterpreta México, e deserto por linhas novas, suas, estilizadas. Uma antecâmara de uma obra que certamente poderá conhecer novo e mais ousado capítulo. " Lhasa - La llorona (23-08-1998, Diário de Notícias)by Nuno Galopin

11/05/2010

SWEET APPLE

Sweet Apple com quatro figuras notáveis do pesado rock indie, pode ser considerado como um super grupo. Os seus membros mais notáveis são J Mascis dos Dinosaur Jr., o lendário rocker não toca guitarra ou canta, em vez disso, é o baterista. À frente na guitarra e vocais estão John Petkovic (também membro dos Guided by Voices, aparecendo no álbum Mag Earwhig! e J Mascis & the Fog) e Tim Parnind ambos da marginal banda de Cleveland, Cobra Verde, e balançando no baixo Dave Sweetapple, que tocou nos Witch, o outro side-project de J Mascis. Separadamente, Cobra Verde, Dinosaur Jr. e Witch executam e combinam a gama pop-punk, grunge e proto-stoner metal, tirando o máximo do rock estereotipado dos anos 70.
Sweet Apple: Love & Desperation, foi lançado pelo selo indie hard rock Tee Pee Records em Abril de 2010.

10/05/2010

A Arte do Vale Tudo

Uma performance do artista plástico e cientista social, Pedro Costa, realizada no 13º Salão de Artes Visuais de Natal em Março passado, causou polémica. Membro do grupo “Solange Tô Aberta!”, Costa tirou a roupa em frente ao público e, de quatro, tirou um terço… do cú.

A performance foi filmada e está em exibição, na galeria Newton Navarro, da Funcarte. O terço também está em exposição. O artista explicou que a sua obra representa “a descolonização do corpo através da excretação do terço, um dos símbolos do domínio colonialista”.

Piadas não faltam sobre o assunto, assim como severas críticas ácidas de especialistas e leigos.

Segundo o próprio artista, a performance “representa a salvação. Uma salvação mítica que muitos gays acreditam haver para sublimar o facto de contrair uma doença sem cura. Como crítica, o ânus, lugar da morte gay, necessita da salvação, concedida pelo terço, em nossa sociedade ocidental dominada pela instituição católica e imposta como única forma de compreender o mundo e as relações humanas”.

Pedro já é bem conhecido por suas performances não muito bem vistas pela cultura da sociedade em geral. A sua banda , o Solange to Aberta! tem uma proposta interessante que une letras agressivamente sexuais, as batidas libidinosas do funk e performances que quebram todos os padrões de comportamento.

O vale-tudo na arte contemporânea, “Piss Christ”, do artista internacionalmente aclamado Andres Serrano, tem uma fotografia de um crucifixo mergulhado em urina.

Será que a célebre frase de Warhol- artistas em busca de 15 minutos de fama, se aplica.

Há dois anos o artista costa-riquenho Guillermo Habacuc amarrou um cachorro faminto no canto de uma galeria, os protestos vieram de sociedades protectora dos animais.No mês passado, o belga Wim Delvoye expôs porcos com tatuagens de Jesus Cristo e Nossa Senhora.

HERBIE HANCOCK

O pianista e músico de jazz americano Herbie Hancock comemora o 70º aniversário com "The imagine letters", um álbum e um documentário que serão publicados no dia 21 de Junho .

A lista de artistas e canções de "The imagine letters" será finalizada esta semana. Por enquanto já está definida a colaboração dos cantores Elton John e India Arieh em "Imagine", Seal e Pink em "Don't give up" e a banda irlandesa The Chieftains, o guitarrista africano Lionel Loueke e a cantora irlandesa Lisa Hannigan em "The times they are a changin".

O álbum guarda outras surpresas como "O tempo de amor", tema no qual colabora a cantora Céu, "Tamatant tilay" com o grupo tuaregue Tinariwen e Damian Marley, filho de Bob Marley; a música "Minha terra", em que Juanes canta, e "A Change is Gonna Come", com o jovem cantor inglês James Morrison.

Um documentário gravado nas sessões de estúdio de Herbie Hancock com os artistas e os músicos que participaram do disco completa o projecto

Depois da publicação do álbum, Hancock deve ir à Europa para oferecer 25 concertos que começa e termina nos Estados Unidos com um show no dia 24 de Junho no Carnegie Hall de Nova York e no dia 1 de Setembro no Hollywood Bowl de Los Angeles.

Com "The imagine letters", Hancock celebra toda vida dedicada ao jazz desde que se apresentou no palco com 11 anos tocando um concerto para piano de Mozart com a Chicago Symphony Orchestra.

Na sua carreira a solo colaborou com artistas como Chick Corea, Oscar Peterson, Stevie Wonder, Sting, Annie Lennox e Paul Simon.

O músico americano, ícone do jazz, foi agraciado com um Oscar em 1986 pela música do filme "Por volta da meia-noite" (1986) e seis Grammys.