28/01/2012

PHILIP GLASS

Começou a fazer música para cinema em projectos underground, como o Koyaanisqatsi, do Godfrey Reggio. Os primeiros sete ou oito filmes foram produções independentes, quase sem distribuição, para pequenas plateias. Mas nestes 25 anos, muitos desses filmes viraram casos de culto, e alguns são hoje muito conhecidos. Aos poucos começou a trabalhar em filmes mais comerciais. O primeiro foi o Mishima. E mais tarde o Kundun, de Martin Scorsese.

Recentemente trabalhou em blockbusters.
O primeiro em que trabalhou foi As Horas. Recebeu uma nomeação para o Oscar. É interessante, porque para ser aceite em Los Angeles foi-lhe mais difícil ser aceite como compositor para cinema que como compositor de música “séria”.

"Não acreditavam que pessoas como eu poderiam fazer música para cinema! Interessa-me muito a associação da música à imagem, tanto no cinema como no teatro, na ópera e dança. O ser ou não ser comercial não é critério para mim. Interessa-me sobretudo o talento do realizador ou o trabalho da fotografia. Nos últimos tempos fiz a música d’O Ilusionista e o Diário de Um Escândalo. Foram filmes vistos por pessoas que nunca iriam a um concerto meu. E agora sabem o meu nome!" referiu Philip Glass em entrevista.

" O interessante de trabalhar em filmes antigos é o facto do realizador e o produtor não estarem por perto. E aí funcionamos como compositores, da mesma forma como se estivéssemos a trabalhar numa ópera. Em Hollywood, e até mesmo em projetos independentes, nunca é assim. O Godfrey Regio considerava-me co-autor, pelo que nesses filmes [Koyaanisqatsi, Powwaqatsi e Naqoyqatsi] discutimos tudo juntos. Mas é caso raro no cinema. Quando fiz o La Belle Et La Bête obtive autorização para o que entendesse. Com o Dracula foi diferente. Fui contratado pela MGM, que queria reeditar o filme [de 1931]. Fiz a música e eles aceitaram… Nunca tive de falar com o Todd Browning nem o Bela Lugosi… Nem podia! ".

A estreia da ópera O Corvo Branco, já passaram nove anos, foi apenas apresentada em Lisboa e Madrid, e ainda não houve qualquer edição (em disco ou DVD).
"O que se passa é que, hoje, a gravação de óperas já não é financiada por editoras. Mas eu continuo a gravá-las. E recentemente concluí até a gravação de The Voyage, que foi composta antes de O Corvo Branco. Ou seja, esperei 14 anos para o fazer… Quero começar a gravar O Corvo Branco brevemente".

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