29/02/2012

ELIS REGINA

Em 19 de janeiro de 1982, quando estava no seu auge, aos 36 anos, a cantora Elis Regina faleceu de forma tão inesperada, que mobilizou legiões de fãs inconformados com sua morte repentina. A cantora foi vítima de uma mistura fatal de cocaína e álcool.

Elis deixou vasta e brilhante obra na música popular brasileira. A «Pimentinha» percorria o fino da bossa nova, afirmando-se como uma das maiores referências vocais.

Na celebração dos 30 anos da sua morte, diversas homenagens serão prestadas à cantora e incluem desde CDs com shows remasterizados (incluíndo no repertório a inédita ‘Comigo É Assim’, encontrada como sobra de outro álbum nos arquivos da Universal) até uma nova biografia (escrita por Allen Guimarães) que traz registos importantes sobre Elis, considerada por muitos críticos e músicos a melhor cantora brasileira de todos os tempos e eternizada como a ‘Pimentinha’.

Mas as homenagens não param por aí. A filha Maria Rita, comparada à mãe desde o início de sua carreira, lançará um show com o repertório mais marcante de Elis. A primeira apresentação ocorre no dia 17 de Março, em São Paulo.

Além disso, o projeto ‘Viva Elis’, concretizado por seus filhos, vai exibir uma exposição multimédia, com vídeos, fotos, discos, roupas, objectos pessoais e acervo de documentos. Depois de percorrer grandes cidades, a ideia é concentrar esse acervo no futuro ‘Instituto Elis Regina’, que deve surgir em São Paulo, Rio de Janeiro ou Porto Alegre.

27/02/2012

C. Spencer Yeh aka Burning Star Core

C. Spencer Yeh improvisou em contextos de free jazz, fez noise psicadélico e poesia sonora espástica, compõs enervantes obras concretas e investigou imersivos drones no violino. As peças de voz saltam em torno do campo stéreo em ritmos e as partes de guitarra mantem uma vantagem concisa, contrastando com tons mais corajosos, com pedaços de distorção, frequências ativas e distúrbios magnéticos, como uma versão menos detalhada de Phill Niblock.

É assim que Yeh chega a 1975. Esta não é uma retrospectiva, mas também não é uma evolução das preocupações básicas de Yeh. No álbum 11 esboços eletroacústicos, Yeh dá-nos vislumbres do que ele fez anteriormente.Yeh trabalha em modo mínimo por toda parte. A instrumentação é limitada, mas o tom geral é duro e cru. Além das duas últimas faixas, são funcionalmente intitulados: “Drone,” “Voice,” “Two Guitars.”Há ainda dois que Yeh chama esquetes: interlúdios curtos feitos a partir, como os títulos dizem: “Shrinkwrap from a Solo Saxophone CD” e “Drips.”

Apesar dos seus títulos e diversidade, mais do que qualquer dos seus discos anteriores, expressa asua perspectiva única sobre o que significa fazer a chamada música experimental: estar incompleta, permanecer em aberto, e fazer música para coçar a cabeça e não acariciar o queixo.

C. Spencer Yeh "1975" Intransitive Recordings, 2011.

C. Spencer Yeh aka Burning Star Core

Compositor e improvisador C. Spencer Yeh nasceu em Taipei, Taiwan 1975, e mudou-se para os EUA em 1980. Estudou rádio / televisão / cinema na Northwestern University, viveu por muitos anos em Cincinnati, Ohio, e actualmente está sediado em Brooklyn, Nova York.
Yeh tanto está ativo como artista a solo, em ensemble, ou com a sua banda, Burning Star Core. Os seus profundos e abrangentes interesses sonoros resultaram de um amplo conjunto e coeso trabalho, variando de violino e improvisação voz a composições eletrónicas e fita, áspero noise, tonal drones, canções pop e instalações de áudio-visual em galerias.

Como improvisador, Yeh tem-se centrado no desenvolvimento de um vocabulário pessoal usando violino, voz e electrónica. Como compositor, Yeh trabalha com todos os aspectos disponíveis do trabalho sonoro, caracterizado por uma aura e fisico, como elementos-chave para a experiência acumulada. Ele está preocupado não só com os aspectos sensuais do som, bem como as qualidades gestuais.

Yeh tem colaborado com uma lista cada vez maior de artistas e grupos, incluindo, Tony Conrad, Evan Parker, Thurston Moore, Vito Acconci, Paul Flaherty, Chris Corsano, John Wiese, Aaron Dilloway, Graveyards, Lambsbread, Jandek, Okkyung Lee, e tantos outros.

Ele já tocou em grandes festivais e locais, como o Sonar, Victoriaville, Frieze Arts Fair, Issue Project Room, Festival Densités, No Fun Fest, All Tomorrow’s Parties, The Kitchen, ZKM Karlsruhe, e apresentou a sua arte visual e vídeos internacionalmente.

A ARTE DE ALEX GROSS

WEIRD DREAMS

Banda de Londres, Weird Dreams "sonhos estranhos" praticam de certa forma um simples e despretensioso, guitar indie-pop, como os Real Estate, e com um som influenciado na mesma medida por David Lynch, mundos alucinatórios, e grupos tão variados como os Beach Boys, T. Rex, The Tammys, Syl Johnson, ou XTC.

O album de estreia Choreography, está saindo em 2 de Abril, através da Tough Love.

Depois de uma cassete e EP esgotados, Sleep All Days Sleepy King label,e apenas 4 shows em Londres, Doran (guitarra e vocais), Craig (bateria) e Hugo (ajuda ao vivo no baixo)) viram as suas harmonias empilhados primeiro através da Marshall Teller.

Ao vivo, a banda já dividiu o palco com bandas como Women, Wild Nothing, Ty Segal, Male Bonding e Mazes.

Para 2012 foram confirmados como banda de apoio na proxima tourné dos The War On Drugs no Reino Unido.

Janeiro:
25 – Vice tour @ Nation of Shopkeepers, Leeds
26 – Vice tour @ Old Blue Last, London
27 – Vice tour @ Green Door Store, Brighton
28 – XFM X-Posure Live @ The Barfly, London
Fevereiro:
23 – The Kazimier, Liverpool w/ The War On Drugs
26 – Stereo, Glasgow w/ The War On Drugs
27 – Sound Control, Manchester w/ The War On Drugs
28 – Electric Ballroom, London w/ The War On Drugs
29 – Concorde 2, Brighton w/ The War On Drugs
Março:
1 – Thekla, Bristol w/ The War On Drugs

26/02/2012

ELVIS COSTELLO

Em 2001, Elvis Costello pediu para os seus fãs não comprarem a sua nova boxed set – com DVD, CD, vinil e um livro – por ser caro demais.

"Nós do www.elviscoestello.com (site do cantor) não podemos recomendar esse adorável item porque o seu preço pode ser um erro de digitação ou uma piada", escreveu no seu blog.

De acordo com o "Daily Telegraph", o box de Costello "The Return of the Spectacular Spinning Songbook" é uma edição limitada, com 1.500 itens, efoi produzido pela Universal Music.

Costello ainda sugeriu que os fãs comprem, ao invés do seu trabalho, a coleção de Louis Armstrong, “Ambassador Of Jazz”, que custa R$ 277. "Francamente. A música dele é muito superior", escreveu.

16/02/2012

FRANK ZAPPA - Zappa The Hardway

Cite um artista que merece um livro sobre a sua última turné - uma turné que terminou prematuramente? Andrew Greenaway, também conhecido como "The Idiot" fez exactamente isso com "Zappa The Hard Way", um livro centrado exclusivamente na malfadada tour de 1988. O livro oferece uma visão de ambas as coisas. Isso leva-nos a um passeio de montanha-russa, começando com os ensaios de 1987, através da viagem americana da turnê e para a Europa, onde, como eles dizem, as coisas ficaram realmente feias.

Zappa The Hardway dedicado à vida e à obra de Zappa, escrito por Andrew Greenaway, com a benção (e sob encomenda) da família, o livro através de entrevistas com quase todos os envolvidos,relatos de primeira mão dos principais concertos,detalhes musicais, palavras secretas, listas de reprodução e músicas nunca antes publicadas, mais de 70 fotos e muito mais, ao longo do livro e rápidas descriçõe ocorrências, por muitos dos músicos envolvidos, como Ike Willis, Mike Keneally, Ed Mann, e principalmente o baixista Clonemeister, Scott Thunes.

Ao longo dos anos, a percepção foi geral de que Thunes era um personagem incrivelmente grosseiro com táticas de intimidação que fizeram os membros da banda se voltarem todos contra ele.Mesmo até certo ponto, o livro traça um quadro semelhante, sendo fascinante para finalmente ler o que Thunes tem a dizer de toda esta questão.

No final, o livro tem um olhar detalhado sobre as subseqüentes (oficiais) versões que surgiram a partir da tourné, sobre o que os membros da banda tem feito desde então, e uma lista exaustiva das datas e set-lists, bem como uma breve explicação de algumas das referências mais mistificadoras das letras - tudo contribui para uma obra de referência que vale a pena ter, uma referência para qualquer fã de Zappa e fã da turné 88!.

Um mergulho na lendária e algo trágica turné de 1988, em 224 páginas, uma das mais consagradas formações de Zappa, rebentando no meio do caminho por conta de discussões pessoais entre os músicos.

Ao tomar partido do baixista Scott Thunes (segundo a esposa Gail Zappa, foi basicamente um motim armado por elementos não-profissionais), Zappa acabou por cancelar a turné, perdeu muito dinheiro e basicamente não voltou mais a nenhuma.

The Drummers Of Frank Zappa – Roundtable Discussion, Performance

DVD The Drummers Of Frank Zappa – Roundtable Discussion & Performance. Com a assinatura de Terry Bozzio, promove o encontro dos 5 bateristas que tocaram com Zappa em diferentes períodos para uma conversa descontraída e cheia de emoção.

Histórias algumas surpreendentes, e “exibições” das diversas escolas de ataque à bateria.

Bateristas de Frank Zappa: Roundtable Discussion and Performance (DVD), com Terry Bozzio, estão Chester Thompson, Chad Wackerman, a Ruth Underwood, e Ralph Humphrey.

FRANK ZAPPA - CITAÇÃO

"Se você acabar com uma vida tediosa e miserável porque você ouviu os seus pais, seus professores, o seu padre, ou alguma pessoa na televisão, dizendo como conduzir a sua vida, então a culpa é só sua e você merece ".
Frank Zappa


"Não há dúvida de que Zappa como líder, compositor, arranjador e produtor, tal como executivo de editora discográfica, director executivo e realizador de filmes/vídeo era um patriarca; Zappa geria as bandas e o seu negócio muito à maneira dos patriarcados das velhas escolas onde foi criado.

Desde as primeiras gravações, Zappa transpirava o mesmo tipo de saber-fazer que marcou o melhor espírito empreendedor americano demonstrado no seu espírito de restauro; restaurar gravações velhas, editá-las e renová-las (como ele fez no caso de Lumpy Gravy ou quando a Warner Brothers se recusou a lançar o álbum Läther); e usava as novas tecnologias no estúdio, trabalhando sempre nos seus limites.

Apesar de algumas opiniões contrárias, Zappa era uma pessoa extremamente generosa. Durante toda a carreira ajudou a de outros (Alice Cooper, Captain Beefheart, as G.T.O.s) e tinha muitas vezes pessoas, amigos, parentes, e empregados a viver na sua casa durante dias (às vezes semanas ou anos), e, apesar de não parecer apreciar assim tanto, Zappa falava sempre com repórteres e estudantes.

Zappa, apesar de algumas provas em contrário, era realmente um optimista, no fundo, que parecia acreditar no fundamental sonho americano: se trabalhares no duro e fores honesto, então és bem sucedido. Apesar de tudo, a sua vida foi uma longa série de desilusões profissionais."

Kelly Fisher Lowe in The Words and Music of Frank Zappa, University of Nebraska Press, 2007.

MORRISSEY + SMITHS

A EMI vai relançar em breve o álbum de estreia a solo de Morrissey, Viva Hate, 1988, foi remasterizado pelo produtor original Stephen Street, e inclui fotografias inéditas de Jake Walters e Kevin Cummins, junto com escritos por Chrissie Hynde (The Pretenders). Note-se que a reedição irá incluir a canção “Treat Me Like a Human Being em vez de "The Ordinary Boys".

EMI também irá emitir um single exclusiva no Record Store Day, de Ron Mael e Russell Mael, o duo dos Sparks, um remix de "Suedehead". A edição limitada do 10´ picture disc também irá incluir duas gravações inéditas da BBC ao vivo de “We’ll Let You Know” e “Now My Heart is Full” ambos datam de 1995.


Num ano de poucos mas bons e inspirados discos, ganhamos no natal, 2011, um tributo
a uma das melhores bandas de pop rock, com o album, Please, Please, Please: A Tribute to The Smiths.
Amar ou odiar os The Smiths, é uma prova do seu legado nas composições de B-side "Please, Please, Please Let Me Get What I Want" que foi covers de mais de uma dúzia de vezes por artistas que vão desde os Deftones, a The Dream Academy, ou a Zooey Deschanel e M.Ward, só vem confirmar a importância e a influencia da banda para o nosso novo e velho bom rock.

Vários nomes acabam por mostrar as suas interpretações dos clássicos de Morrissey e Marr, surpreendent, são os nomes menos conhecidos que roubam o show, além de Telekinesis, Built to Spill’s Doug Martsch, ou The Wedding Present.
Joy Zipper,Tanya Donelly with Dylan In The Movies,Cinerama

OS MELHORES FILMES DE SEMPRE

Em 1952, Sight & Sound entrevistou os principais críticos de cinema do mundo para compilar uma lista dos melhores filmes de todos os tempos. A revista tem repetido esta o inquerito a cada dez anos, para mostrar que os filmes resistem ao teste do tempo em face da mudança da opinião crítica.

Em 1992, acrescentaram uma pesquisa dos diretores pedindo-lhes para as suas escolhas pessoais.

Em 2002, a revista publicou a sua maior votação até hoje, recebendo contribuições de 145 críticos de cinema, escritores e académicos, e 108 directores de cinema.

Sight & Sound Top Ten Poll 2002- a lista das escolhas dos Realizadores.
Todos os filmes que receberam mais de 4 votos dos diretores.


Film                                Votes                                Rank
Citizen Kane (Welles) 42   1
The Godfather and The Godfather Part II (Coppola) 28   2
8½ (Fellini) 19    3
Lawrence of Arabia (Lean) 16     4
Dr. Strangelove (Kubrick) 14     5
Bicycle Thieves (De Sica) 13    6
Raging Bull (Scorsese) 13     6
Vertigo (Hitchcock) 13    6
La Régle du jeu (Renoir) 12    9
Rashomon (Kurosawa) 12     9
Seven Samurai (Kurosawa) 12     9
2001: A Space Odyssey (Kubrick) 11   12
Sunset Blvd. (Wilder) 11    12
The Apartment (Wilder) 10    14
La dolce vita (Fellini) 10   14
Mirror (Tarkovsky) 9    16
Psycho (Hitchcock) 9   16
Tokyo Story (Ozu) 9    16
Apocalypse Now (Coppola) 8     19
Casablanca (Curtiz) 8    19
City Lights (Chaplin) 8   19
Fanny and Alexander (Bergman) 8      19
Singin’ in the Rain (Kelly, Donen) 8     19
Andrei Roublev (Tarkovsky) 7         24
L’avventura (Antonioni) 7        24
Chinatown (Polanski) 7     24
La Grande Illusion (Renoir) 7            24
Some Like It Hot (Wilder) 7             24
La strada (Fellini) 7           24
The Searchers (Ford) 7            24
Amarcord (Fellini) 6 31
Battleship Potemkin (Eisenstein) 6             31
A bout de souffle (Godard) 6      31
Jules et Jim (Truffaut) 6               31
Les Enfants du paradis (Carné) 6              31
On the Waterfront (Kazan) 6               31
The Passion of Joan of Arc (Dreyer) 6                31
The Seventh Seal (Bergman) 6                    31
Taxi Driver (Scorsese) 6                      31
Touch of Evil (Welles) 6               31
The Conformist (Bertolucci) 5               41
Once upon a Time in the West (Leone) 5     41
Persona (Bergman) 5            41
Pickpocket (Bresson) 5         41
Ran (Kurosawa) 5              41
Sunrise (Murnau) 5 41
Sweet Smell of Success (Mackendrick) 5            41
The Third Man (Reed) 5              41
The Treasure of the Sierra Madre (Huston) 5             41
The Wizard of Oz (Fleming) 5                  41

KIAROSTAMI - O CINEMA DO IRÃO

A Revolução Islâmica de 1979 transformou a indústria do cinema iraniano, a tal ponto que efetivamente suspendeu a maior parte do progresso técnico, comercial e criativo, que tinha sido provisoriamente alcançado durante os anos 1960 e início de 1970. Com o fim do reinado monárquico e a instalação de uma teocracia totalitária liderada pelo aiatolá Khomeini, a indústria cinematográfica foi forçada a integrar os novos valores e crenças da governação clerical.

Esta não foi a primeira vez que a indústria cinematográfica iraniana tinha sido sujeita ao controlo do Estado, nem constrangida por regulamento a censura arbitrária. Na verdade, desde a sua criação em 1900, a indústria cinematográfica tem sido continuamente moldada e influenciada pela parcialidade monárquica, a oposição religiosa e a ocupação colonial.

A instabilidade política e a escassez de investimento interno, após a revolução de 1979 tornou a indústria do cinema iraniano, praticamente extinta. Ele manteve-se relativamente paralisada durante os próximos quatro anos com uma média de apenas 13 filmes sendo produzidos a cada ano entre 1979 e 1983.

A morte do aiatolá Khomeini, em 1989, sinalizou o fim do programa "radical" revolucionário e de muitas maneiras o programa clerical de cinema propagandista. Certamente, a presença de filmes iranianos no circuito de filme estrangeiro internacional reflecte essa tese, com apenas dois filmes pós-revolucionários circulando em festivais de cinema estrangeiros em 1986 e 230 em 1990.

Um grande número deles foram mostrados como parte do Festival de Pesaro em 1990, que dedicou uma parte significativa do seu programa para o cinema iraniano contemporâneo.

É claro o cinema iraniano, que surgiu durante os anos 1980 e 1990 pode ser teorizado como uma resposta aos imperativos económicos e restrições da censura da época. O tiroteio no local, o emprego de crianças e actores não-profissionais em papéis de recursos e a ausência de iluminação artificial e conjuntos elaborados tudo tem relação com as condições materiais de produção de cinema no Irão pós-revolucionário.

O emprego de crianças como actores tem duplo significado como os cineastas persas exploraram o potencial dramático das crianças por retratá-los como sobrecarregados pelo empobrecimento e dos regulamentos opressivos. No entanto, o uso de crianças também é um dispositivo que permite que os diretores evitem as proibições da censura no que se refere especificamente para a representação de homens e mulheres na tela.

Nascido em Teerão em 1940, cuja trademark são óculos de sol escuros, formou-se em Artes tendo consequentemente trabalhado como designer gráfico. Regularmente comparado a Satyajit Ray, Vittorio De Sica e Eric Rohmer, Kiarostami é o leading figure do novo/moderno cinema iraniano, um dos poucos realizadores da velha geração da nova vaga iraniana - que emergiu no final dos anos 60 - que apesar de tudo continuou a trabalhar após a Revolução Islâmica de 1979.

Originário de uma família de artistas, já dirigia filmes publicitários desde 1960, antes de se inscrever no Instituto para o Desenvolvimento Intelectual da Juventude, uma organização fundada pela Princesa Farah - a mulher do Xá - em 1970 começou a dirigir filmes. Desde então, trouxe novas formas, e talvez uma nova linguagem ao docudrama.

Tornou-se conhecido pela sua triologia - “Onde fica a Casa do Meu Amigo?”, “E a Vida Continua...” e “Através das Oliveiras” - rodados na sequência do terramoto de 1991, e que matou 50 mil pessoas em Roodbar, a norte de Teerão. Esta triologia que foi apresentada em todo o mundo - o primeiro filme não foi estreado em Portugal - ganhou prémios e aplausos em festivais de cinema e a primeira nomeação para um Oscar de um filme iraniano.

Distribuidores - como a Miramax - compraram o seu primeiro filme iraniano (“Através das Oliveiras”) enquanto ele completava o seu último filme “O Sabor das Cerejas” com um produtor italiano.

Num país como o Irão, que sofreu tão profundas modificações históricas e levantamentos sociais, é significativo que um realizador foque sempre os pequenos mas valiosos prazeres. Desde o “Passageiro” 1974, as suas personagens, são muitas vezes crianças. Ingénuas, vuneráveis, sofrem a pobreza, o desprezo e as carências das classes desfavorecidas do tempo do Xá; prometeram-lhes um futuro melhor e a conquista da dignidade durante os primeiros anos da Revolução; hoje, tornaram-se menos ingénuas.

Antes da Revolução, a censura no Irão podia ser contornada fazendo filmes para crianças. Depois, tornou-se mais difícil arranjar argumentos que passassem na Comissão de Censura, porque muitos dos códigos e simbolismo usados no tempo do Xá foram descodificados. Mas a República Islâmica proibindo a violência e o sexo não tocou nos filmes de Kiarostami porque eles nunca os contiveram. Apesar da sua popularidade junto dos críticos ocidentais, não é um sucesso comercial no Irão. Embora seja acusado de tentar agradar ao público ocidental, continua a ser muito influente junto dos realizadores do seu país.

Tanto uma comédia romântica e um veículo para Juliette Binoche, "Certified Copy" parece uma partida de Abbas Kiarostami, e abrange uma série de preocupações de Kiarostami que tem a ver com as relações homem-mulher, a vida e a arte, presença e ausência, realidade e representação, enquanto sua narrativa enganosamente naturalista é construída sobre uma mise en scéne, tipicamente meticulosa que inclui uma longa conversa num um carro. Ele também oferece uma atuação soberba - em especial a Binoche, que merecidamente ganhou o prémio desse ano de Melhor Atriz no Festival de Cannes.

Jean-Luc Godard proferiu uma vez: “Os filmes começam com D.W. Griffith e acabam com Abbas Kiarostami.” se calhar é demais.....digo eu, mas não sou muito entendido nestas questões/opiniões.

13/02/2012

The World's Most Bicycle Friendly Cities

Há uma ampla gama de informações sobre quais são as cidades mais amigáveis das bicicletas. Muitos são artigos de opinião e outros usam critérios diferentes para fazer a lista.

Copenhagenize olharam para os factos.
Quantas viagens são feitas de bicicleta em várias cidades?

Se há muitas pessoas que escolhem a bicicleta numa cidade, então poderia indicar que o ciclismo é a infra-estrutura no lugar certo, a cultura bicycle-friendly, que há uma vontade de transformar as cidades em locais mais habitáveis, ​​e que o ciclismo é, ou será promovido positivamente.

Copenhagen - 55% [37% city wide]
Gronningen, Netherlands - 55%
Greifswald, Germany - 44%
Lund, Sweden - 43%
Assen, Netherlands - 40%
Amsterdam, Netherlands - 40%
Münster, Germany - 40%
Utrecht, Netherlands - 33%
Västerås, Sweden - 33%
Ferrara, Italy - 30%
Malmö, Sweden - 30%
Linköping, Sweden - 30%
Odense, Denmark - 25%
Basel, Switzerland - 25%
Osaka, Japan - 25% [est.]
Bremen, Germany - 23%
Bologna, Italy - 20%
Oulu, Finland - 20%
Munich, Germany - 20%
Florence, Italy - 20%
Rotterdam, Netherlands - 20-25%
Berne, Switzerland - 20%
Tübingen, Gemany - 20%
Aarhus, Denmark - 20%
Tokyo, Japan - 20% [est.]
Salzburg, Austria - 19%
Venice (and Mestre), Italy - 19%
Pardubice, Czech Republic - 18%
York, UK - 18%
Dresden, Germany - 17%
Basel, Switzerland - 17%
Ghent, Belgium - 15%
Parma, Italy - 15%
Bern, Switzerland - 15%
Davis, USA - 15%
Cambridge, UK - 15%
Graz, Austria - 14%
Berlin, Germany - 13%
Strasbourg, France - 12%
Turku, Finland - 11%
Stockholm, Sweden - 10%
Bordeaux, France - 10%
Avignon, France - 10%

R.I.P MICHAEL BEEN

Michael Been vocalista e guitarrista da banda dos anos 80 The Call, e pai de Robert Been dos Black Rebel Motorcycle Club, faleceu aos 60 anos, na Bélgica em 2010, depois de sofrer um ataque cardíaco nos bastidores. Estava em turné com os Black Rebel Motorcycle Club,atuando como engenheiro de som.

Os The Call surgiram em cena com um som apaixonado e uma forte mensagem política, e ganhou inúmeros sucessos, incluindo "The Walls Came Down", "I Still Believe (Great Design". Os seus fãs inclui Peter Gabriel, Robbie Robertson, e Bono, todos contribuindo para álbuns,Gabriel considerou-os "o futuro da música americana."

Não era apenas o pai de Robert, já esteve, e foi uma parte significativa no desenvolvimento do BRMC. Muitas vezes referenciado como o quarto membro, foram gastos incontáveis ​​horas no estúdio atuando em muitos papéis de mentor e guia, para ajudar a banda agora internacional, a capturar o som. Michael atuou como co-produtor e engenheiro em numerosos álbuns dos BRMC, foi o seu engenheiro de som fiel de tantos anos.



Peter Gabriel e Jim Kerr nos backing vocals. Aliás eles faziam a primeira parte da digressão de Mr. Gabriel nessa altura.
há cerca de uma hora · Gosto
Rui Carvalho Sim ele estava em turné na Bélgica,como o engenheiro de som dos Black Rebel Motorcycle Club, quando morreu de ataque cardíaco nos bastidores.

11/02/2012

STEVE REICH - REST IN NOISE FESTIVAL

No dia 5 de Março de 2013, Steve Reich vai estrear, no Southbank Centre de Londres, uma nova obra composta a partir de duas canções dos Radiohead: "Everything in its right place", do álbum "Kid A", e "Jigsaw falling into place", extraída de "In Rainbows". "Radio Rewrite" será interpretada pela London Sinfonietta no decurso de um novo festival assumidamente inspirado no livro "The Rest is Noise", de Alex Ross. O critíco da "New Yorker" escreveu uma história da música do século XX que se converteu rapidamente num "best-seller" (está disponível em tradução portuguesa na Casa das Letras, sob o título "O Resto é Ruído").

Segundo o jornal "The Guardian", Steve Reich assistiu a uma actuação dos Radiohead num festival na Polónia em Setembro e ficou impressionado ao ouvir uma das suas composições, "Electronic counterpoint", na interpretação de Jonny Greenwood, guitarrista e teclista da banda britânica. Figura tutelar do minimalismo que sempre cativou público em vários quadrantes (do pop/rock à música erudita, passando pelo jazz e pelas músicas do mundo), Reich resolveu dar também o seu contributo criativo retrabalhando a música dos Radiohead.

Quanto ao festival The Rest is Noise, irá contar com cerca de 100 concertos, filmes e debates sobre os grandes acontecimentos artísticos do século XX e será acompanhado por uma série televisiva na BBC 4. Depois de ter vendido mais de 250 mil exemplares e de ter recebido vários prémios, o livro de Alex Ross surge agora como impulso para um evento musical de grande porte, com início marcado para 19 de Janeiro do próximo ano. O festival estará dividido em 12 grandes segmentos cronológicos, abrindo com "The Big Bang: a New Century, a New World" e fechando com "New World Order: No More Rules" (pelo meio, haverá capítulos como "Berlin in the 20s" ou "60s Weekend: The West Does Revolution". Na abertura, a London Philharmonic, dirigida por Vladimir Jurowski, interpreta um programa que inclui a cena final da "Salomé", de Richard Strauss, cuja estreia ocorreu em 1906, o ano de arranque do percurso pelas músicas do século XX proposto por Alex Ross.

TACITA DEAN NA TATE 2011

TATE MODERN PRESTA HOMENAGEM AO CINEMA COM POEMA FILMADO.

"A indústria é uma merda, é o meio que é grandioso", disse Lauren Bacall, e esta frase é o selo que fecha o novo livro de Tacita Dean (n. Kent, 1965), "Film", que acompanha a instalação homónima da artista inglesa na famosa sala das Turbinas da Tate Modern, em Londres. "Fim", escreve a artista, é um gesto dedicado não ao passado mas ao futuro; um grito e uma reivindicação pela continuidade dos meios analógicos, sem sombra de nostalgia, conservadorismo ou ortodoxia. Como um ensaio sobre a potencial perda da linguagem de um artista, um filme acerca do filme.

Tacita Dean é a 12.ª artista convidada pela Tate para ocupar um dos mais importantes e significativos espaços da arte mundial. O seu nome segue-se ao de artistas como Louise Bourgeois, Juan Muñoz, Bruce Nauman, Olafur Eliasson ou Doris Salcedo. A Sala da Turbinas, agora ocupada pelos seres fílmicos de Dean, já foi visitada por 26 milhões de pessoas e é um dos espaços mais democráticos da arte contemporânea: o acesso é livre, sem qualquer bilhete, controlo ou tempo limitado de visita.

A dimensão monumental desta sala começou, diz a artista, por assustá-la, como declarou ao "The Guardian": "Não sou conhecida por fazer trabalhos em escala monumental; [neste projecto], tive de ir para zonas que nunca antes tinha frequentado. As encomendas para a Sala das Turbinas são sobre o espectacular: e não há maneira de fugir disso. Por isso, pensei: vou fazer alguma coisa espectacular e não um filme de 148 minutos sobre um velhote."

Onze minutos é o tempo de projeção vertical em grandes proporções proposta pela artista britânica Tacita Dean. Árvores, quedas d'água, frutas e edifícios se projetam em uma tela de 13 metros de altura, na sala de turbinas do Tate Modern de Londres. O filme mudo foi chamado "Film". O trabalho de Dean substitui a obra do artista chinês Ai Weiwei que havia transformado a sala em um tapete com milhares e milhares de sementes de porcelana, que apenas puderam ser tocadas pelo público durante dois dias dada a "poeira" gerada na interação com o público.

Para ela, o filme de 16 milímetros é o que corre mais risco. "Apenas o filme permite ter este aspecto, esta impressão de movimento quando alguém se aproxima da tela", disse.

Formalmente, esta instalação é uma projecção de 35mm com a duração de 11 minutos. As imagens surgem numa gigantesca superfície monolítica de 13 metros colocada na parede do fundo da sala, evocando o objecto misterioso e simbólico do mítico filme de Kubrick, "2001: Odisseia no Espaço". As imagens convocam os universos mágicos, alquímicos e misteriosos do cinema experimental e muitas vezes sugerem a sua proximidade com a poesia visual surrealista; misturam-se instantâneos da natureza, planos do espaço arquitectónico da Sala das Turbinas, elementos geométricos cheio de cor a lembrar as pinturas ao estilo "De Stijl" de Mondrian, Van Doesburg, os objectos de Rietvield e imagens da própria película cinematográfica.

Tratou-se, explica Tacita Dean no livro, de fazer um retrato do próprio filme, o qual se transformou numa espécie de ideograma: "A Sala das Turbinas como uma película onde se juntam o real e o imaginário no espaço mágico que é o cinema experimental."

Para o diretor da Tate Modern, Chris Dercon, os museus podem ser os únicos lugares para assistir filmes analógicos, caso os laboratórios de revelação fechem as portas e as empresas interrompam a produção de rolos de filmes.