29/05/2012

CHOY KA FAI

“Podemos desenhar memórias futuras para o corpo?”
 Is the body itself the apparatus for remembering cultural processes?

 Prospectus For a Future Body propõe novas perspectivas sobre como o corpo se lembra e inventa narrativas tecnológicas. Central para o projecto é o estudo do movimento do corpo na dança: como ele pode evoluir, adaptar-se ou re-condicionar-se para futuras possibilidades?

Choy Ka Fai, de Singapura, coloca a questão e apresenta a resposta em forma de estímulos eléctricos.

O artista, que participou com o espectáculo “Notion Dance Fiction” na terceira edição do Festival InShadow, no Teatro São Luiz, em Lisboa, esteve recentemente na semana de design de Milão, onde aproveitou para recrutar algumas cobaias entre os visitantes para testar a sua teoria.

“Prospectus for a Future Body” é o “estudo do movimento do corpo na dança”, é apresentação de uma investigação inovadora em torno da memória muscular digital. Se um determinado movimento do corpo gera um impulso eléctrico, então o mesmo impulso eléctrico (armazenado numa base de dados) pode ser reconduzido até ao corpo, que assim se transforma numa espécie de autómato.

A investigação de Choy Ka Fai permitiu-lhe, por exemplo, recriar com detalhe a peça “A Summer Storm” (1973), de Tasumi Hijikata, na forma de “Eternal Summer Storm” através de imagens de arquivo e ligando o corpo de um bailarino (o próprio artista neste vídeo) a uma pequena corrente eléctrica que lhe permitia imitar em tempo real os movimentos do famoso bailarino japonês.

A sua proposta passa ainda por tentar multiplicar esse fluxo eléctrico, permitindo com um simples botão — e sem qualquer ensaio prévio — controlar um conjunto de bailarinos de uma forma harmoniosa. Conseguiu essa coreografia entre o natural e os estímulos digitais em SynchroMetrics.

“Interesso-me por novas tecnologias que permitem aos artistas e designers especularem sobre o futuro e apresentarem propostas para esse futuro”, disse Choy Ka Fai numa entrevista ao site AsiArt Archive.

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