06/09/2010

Joaquin Phoenix

Joaquin Phoenix surpreendeu todos quando anunciou que deixaria de ser actor para ir atrás de sua carreira como rapper. Fez uma aparição bizarra no programa Late Show with David Letterman, surgindo com o cabelo sujo e desgrenhado, barba grande, óculos escuros e mastigando chiclete. O seu cunhado Casey Affleck, soube-se, estava documentando esse seu novo momento. Na época, já se falava que tudo não passaria de uma grande brincadeira, uma interpretação de Phoenix. I’m Still Here, exibido para jornalistas, fora de competição no 67º Festival de Veneza, comprova: sim, tudo não passava de um papel de Joaquin Phoenix (como o título já indica, aliás), o que não deixa de ser uma ideia engenhosa e corajosa.


O falso documentário começa com imagens de infância de Joaquin Phoenix pulando numa cataratas, cantando e dançando com os irmãos, contrapostas a entrevistas em que ele mesmo se contradiz, por exemplo, na época de Johnny & June, dizendo que nunca tinha pegado numa guitarra anteriormente. Mas logo vem o anúncio, para um repórter de tapete vermelho, de que ele estava abandonando a carreira. A partir daí, o seu comportamento fica cada vez mais estranho em eventos públicos. Em casa, ele parece um sujeito fora de controle, que maltrata os dois assistentes (ambos filmados em nu frontal, diferentemente do actor), cheira cocaína e é irresponsável. Apesar de estar atrás de um produtor para o seu disco de rap, no caso, P. Diddy, ele se atrasa em uma hora para uma reunião preliminar com o rapper. Seus raps são uma piada.

Logo no início do filme, Joaquin Phoenix diz que quer mostrar como é realmente, daí o documentário. Como se trata de uma peça de ficção, I’m Still Here apenas atira mais fumaça sobre o actor, mas de certa forma acaba por mudar a sua imagem. Visto como actor sério e profundo, aqui Phoenix mostra o seu lado cómico.

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