15/05/2010

MATTHEW HERBERT

Na minha humilde opinião, Matthew Herbert é um dos melhores e dos mais reconhecidos músicos, compositores, e produtores no domínio da música electrónica e dança, actual. Não esquecendo James Murphy, aka LCD Sound System.

A sua filiação com a música começou na tenra idade de quatro anos, quando começou a aprender violino e piano. Aos sete anos tocava em orquestras, e aos 16 começou a excursionar pela Europa com várias orquestras. O pai um engenheiro de som da BBC, Herbert simultaneamente envolveu-se na relação entre a electrónica e música, promovido por uma professora que conheceu na escola.

Matthew Herbert não faz a coisa por menos: vai lançar três álbuns em 2010. O primeiro, "One One".

Matthew Herbert também é conhecido por outros projectos pessoais, tais como, Doctor Rockit, Wishmountain, Radio Boy, e Matthew Herbert Big Band "encaro os meus discos como pequenos diários de um momento particular da vida posta em relação com a experiência do mundo". Foi em "Around The House" (1998), centrava-se nos sons domésticos. Em "Bodily Functions" (2001 - o único que eu tenho), nos sons do corpo humano. Em "Goodbye Swingtime" (2003), na época de ouro das "big bands" do jazz. Em "Plat Du Jour" (2005), na produção alimentar.

Em 2010, v "One One", que acaba de ser lançado, uma das novidades reside no facto de ter prescindido de ter vocalistas convidados- praticamente sozinho, toca e vocaliza todas as canções. Em Junho haverá "One Club", registado durante uma noite, no clube Robert Johnson, em Frankfurt, Alemanha. E, em Setembro, sairá "One Pig", captando o ciclo de vida de um porco ou, como ele diz, do animal que é mais abusado pelos homens.

Numa entrevista perguntam-lhe: escolheu como meio de expressão preferencial a música de dança que é - mesmo se erradamente - encarada como sendo puramente hedonista. Nela, a palavra, muitas vezes, tem apenas uma função performativa, não conta uma história, não produz narrativa.

Mas nem sempre foi assim. No início, a música de dança vinha do meio "gay" negro. Tinha um propósito político, mesmo que não fosse explícito. O mesmo aconteceu com o acid-house, nos anos 80. E quando comecei, nos anos 90. A música house constituía a aventura, o risco, a possibilidade de pôr em causa o que vinha de trás, em particular o corporativismo da cultura rock. Agora ouve-se, na rádio, música de dança, ou de qualquer outro tipo, e o panorama é desolador. É como se estivesse dissociada da experiência. É egoísta, nesse sentido, diz Herbert

Faz álbuns a partir de uma ideia particular. No seu caso, a música tem de estar sempre ligada a uma experiência?

Não diria tanto. Diria que não consigo fazer música sem pensar no que é que isso significa. Apenas isso. Por norma dizem que faço álbuns conceptuais. Não me chateia que o digam, mas é interessante porque ninguém diz que um filme que conta uma história ou um livro que tem uma determinada narrativa é conceptual. São apenas um filme e um livro. Os meus discos têm histórias lá dentro, têm um propósito, mas são apenas isso, discos.

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